Vice-governador do Banco de Portugal pede rapidez a Medina para aprovar nova lei da banca

Legislação do sector bancário em Portugal está “muito desatualizada”, segundo Luís Máximo dos Santos
Legislação do sector bancário em Portugal está “muito desatualizada”, segundo Luís Máximo dos Santos
Jornalista
O vice-governador do Banco de Portugal voltou a pedir ao Ministério das Finanças, agora liderado por Fernando Medina, para acelerar o processo de aprovação da nova legislação para o sector bancário. A proposta do supervisor bancário, que tem Luís Máximo dos Santos na sua origem, data de abril de 2021, e reforça o seu poder.
“O esforço das reformas do sector financeiro tem de ser continuado. Em Portugal, e no que ao quadro regulatório diz respeito, é importante que se criem condições para que o anteprojeto do Código da Atividade Bancária venha a substituir o Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (RGICSF), já muito desatualizado e com tempo histórico esgotado, tendo em vista a simplificação e a melhoria global do quadro regulatório”, declarou Máximo dos Santos, na sua intervenção na conferência “Novo ciclo da economia angolana”, que se realizou esta quarta-feira, 8 de junho, na Nova School SBE, em Carcavelos.
O anteprojeto do Código da Atividade Bancária foi já apresentado pelo Banco de Portugal ao Ministério das Finanças no início do ano passado, quando ainda João Leão era o titular da pasta, e depois de um processo de consulta pública. Mas o processo não chegou ao fim, nem chegou a ser apresentada ao Parlamento o projeto antes da queda do Governo anterior, ao contrário do que aconteceu, por exemplo, com a revisão do Código de Valores Mobiliários (CMVM).
O RFICSF é um diploma que junta várias realidades para a banca, tendo sido sendo alvo de acrescentos, à medida em que o supervisor bancário ia ganhando poderes e novas competências, como por exemplo na resolução. Já o novo código, na proposta do Banco de Portugal, reforça os poderes de intervenção da instituição, além de servir de base à transposição de diretivas europeias que têm de passar para a legislação nacional.
Máximo dos Santos tem defendido que a sua entrada em vigor é "indispensável", mas do lado do Governo anterior, já com António Costa, não foi dada vazão para a sua entrada em vigor. O vice-governador espera que seja agora com Fernando Medina que, com celeridade, haja aprovação desta legislação.
As palavras do número dois da autoridade monetária foram proferidas depois de o governador do Banco Nacional de Angola ter referido que a legislação europeia era um farol para a implementação da nova legislação no país, nomeadamente no que diz respeito às regras de supervisão e regulação bancárias.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: dcavaleiro@expresso.impresa.pt