Economia

"Patrão dos patrões": Salários só podem crescer se produtividade também crescer

António Saraiva, presidente da CIP.
António Saraiva, presidente da CIP.
Manuel de Almeida / Lusa

O aumento dos salários deverá estar assente no aumento da produtividade e não pode ser feito sem que haja essa contrapartida, diz o presidente da CIP, numa altura em que o primeiro-ministro volta a insistir em aumentos salariais - no setor privado

O aumento dos salários deverá estar assente no aumento da produtividade e não pode ser feito sem que haja essa contrapartida, disse o presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal,numa mensagem vídeo enviada ao 8.º Congresso da Indústria Portuguesa Agroalimentar, promovido pela Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA), a decorrer esta terça-feira, 7 de junho.

"Só produzindo mais e melhor poderemos vencer nos emrcados e gerar o rendimento que poderá satisfazer as nossas legítimas aspirações", disse. "Só através de aumentos da produtividade é que os rendimentos, nomeadamente os rendimentos salariais, poderão crescer de forma sustentável sem prejudicar a sustentabilidade das empresas e os eu futuro", acrescentou.

"Não podemos distribuir a riqueza que não produzimos", sublinhou.

Além da crise inflacionista, criada em grande parte pelo aumento dos custos da energia, o presidente da CIP mencionou outro problema do setor agro-alimentar, "muito específico da fileira, como as disrupções no comércio internacional nas matérias primas agrícolas", aludindo à invasão da Ucrânia pela Rússia e a crise na distribuição de matérias-primas como trigo, milho, e soja destes dois grandes produtores mundiais.

Por isso, "a segurança no abastecimento com valor acrescentado nacional", disse, "revela-se agora mais do que nunca uma aposta fundamental para a indústria agro-alimentar".

Relativamente à "dicotomia entre ambiente e economia" que considera existir na atualidade, que poderá ser superada pela chamada economia circular, Saraiva considerou que "a política ambiental deverá ter em conta o impacto na competitividade empresarial, quer no plano interno, quer face à concorrência noutros mercados", considerou.

"Não iremos longe na preservação do planeta se tal objetivo for encarado como lesivo de um maior bem-estar económico das populações", resumiu.

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