Economia

Preços do crude voltam a subir com embargo europeu ao petróleo russo

Preços do crude voltam a subir com embargo europeu ao petróleo russo
Angus Mordant

O petróleo de referência na Europa, o Brent, passou os 124 dólares esta manhã, após a União Europeia ter acordado o fim da importação de 90% do petróleo russo até ao final do ano

Os preços do petróleo voltaram a acelerar esta terça-feira, após os líderes da União Europeia terem chegado a acordo em relação ao embargo ao petróleo russo, cerca de dois meses depois das discussões começarem. Na manhã, o petróleo Brent - de referência na Europa - passou os 124 dólares por barril.

Segundo os dados da "Bloomberg", os contratos para entrega em julho de Brent negociavam a 124,1 dólares por barril, mais 2,36 dólares que no fecho de segunda-feira, ou seja, mais 1,94%.

Já os contratos para entrega em julho do petróleo americano WTI (West Texas Intermediate) viram uma subida de 4,13 dólares (3,59%) para 119,2 dólares por barril.

Estes preços são semelhantes aos praticados em março, mês em que o Brent quase tocou nos 140 dólares, um máximo desde 2008.

A subida acontece após os 27 Estados-membros do bloco europeu terem dado "luz verde" ao fim da importação de petróleo russo - ainda que com exceções.

O embargo, que deverá entrar em vigor até ao final do ano, vai aplicar-se a todo o petróleo que chega à UE por via marítima, o que representa dois terços das importações dos europeus. De fora, fica o oleoduto de Druzhba - que representa um terço do fornecimento - e que abastece a Hungria, República Checa, Eslováquia, Polónia e Alemanha, mas estes dois últimos comprometeram-se a não importar petróleo por esta via.

Ou seja, na prática, o embargo afetará "cerca de 90%" das importações até ao final do ano. No imediato 75% das importações são afetadas.

Foi, assim, uma forma de agradar a Viktor Orbán, presidente Húngaro, que tinha ameaçado estragar o acordo pois era totalmente contra o mesmo, uma vez que a Hungria é 100% dependente do petróleo russo.

É assim mais uma tensão neste mercado, pois quebra-se uma barreira de oferta, ainda que a procura não tenda a diminuir, explicaram vários analistas à CNBC.

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