Retrato das comunicações: Portugal é o quarto país da UE na penetração da internet ultrarrápida
Portugal sai bem posicionado na comparação com a União Europeia em matéria de comunicações eletrónicas em 2021, revelam os dados da Anacom
Portugal sai bem posicionado na comparação com a União Europeia em matéria de comunicações eletrónicas em 2021, revelam os dados da Anacom
Jornalista
No dia em que se comemoram as telecomunicações e a sociedade da informação, a Anacom - Autoridade Nacional das Comunicações fez um retrato das comunicações eletrónicas em Portugal em 2021, e como se comparam a nível da União Europeia (UE).
Segundo a Anacom, verifica-se que a pandemia de Covid-19 veio alterar os comportamentos individuais de utilização da Internet, devido ao "níveis sem precedentes de teletrabalho e de aulas à distância", o que "provocou um aumento extraordinário da utilização de serviços de comunicações e uma alteração dos padrões de consumo", nota o regulador, liderado por João Cadete de Matos.
Portugal é, revelam os dados da Anacom, o quarto país da UE com maior proporção de acessos com 100 Mbps ou mais, ou seja, da chamada banda larga ultrarrápida. Simultaneamente o país é dos que mais usam o telefone fixo - 50,6 acessos por cada 100 habitantes versus 35,8 na União Europeia - um indicador em queda em todos os países exceto Portugal, Áustria e Grécia.
A Anacom avança também que os preços das comunicações tinham aumentado 0,9% em Portugal em fevereiro de 2022, tendo em conta a variação média dos 12 últimos meses, enquanto na UE subiram 0,6%. Já quando se compara fevereiro de 2009 com fevereiro de 2022, o regulador avança que em Portugal os preços aumentaram 8,9%, enquanto na Europa recuaram 9,6%.
Nas famílias portuguesas a taxa de acesso à banda larga fixa é de 81% versus 77% na UE, já na banda larga móvel a posição inverte-se e Portugal fica nos 47% dos acessos, contra 58% na UE. Em termos globais o acesso à Internet residencial em Portugal é de 87% (92% UE).
Os dados da Anacom revelam também que utilização de banda larga fixa nas empresas é de 95%, ligeiramente mais que os 94% da UE, e na banda larga móvel um pouco menos, representando 69%, face aos 72% da União Europeia.
Na utilização individual dos chamados serviços over-the-top, ou seja, usando como suporte a internet, Portugal está acima da média. O país cresceu no caso nas mensagens de texto (SMS), cujo uso subiu para os 75% (contra 70% da UE), e nas chamadas de voz e vídeo, com 66% (contra 65% na UE).
O uso das redes sociais, a frequência de cursos online e a utilização de material de aprendizagem online também foram acima da média da UE: 65% versus 57% na UE, 20% vs 18% na UE e 27% versus 21% na UE, respetivamente. Já a utilização de Internet banking situou-se nos 53%, contra 58% na União Europeia.
Quanto aos portugueses que nunca usaram internet, são 16% da população, contra 8% na União Europeia, revelam os dados da Anacom.
A taxa de penetração de serviços móveis também é ligeiramente favorável à média da UE; 116,3% em Portugal versus 122,6% na UE.
Dados de 2019 revelam que houve em média na União Europeia mais empresas com problemas de cibersegurança: 12% contra 8% em Portugal. Um número que poderá ter crescido em 2022, com a onda de empresas em Portugal a serem alvo de ataques cibernéticos de grande dimensão como aconteceu com a Vodafone, a Impresa (dona do Expresso e da SIC) ou dos laboratórios Germano de Sousa.
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