Economia

Gentiloni elogia crescimento da economia portuguesa e redução da dívida

Foto: Getty Images
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O Comissário da Economia sublinha que Portugal deverá atingir em 2023 um rácio dívida/PIB inferior ao que tinha antes da pandemia: 115%. Mas ainda não desvenda se as regras do défice e dívida vão regressar no próximo ano.

Gentiloni elogia crescimento da economia portuguesa e redução da dívida

Susana Frexes

Correspondente em Bruxelas

Em contraciclo com o resto da Zona Euro - e do conjunto dos 27 - Portugal é o país que mais deverá crescer em 2022, num caminho de recuperação "diferente" dos restantes, disse esta segunda-feira o Comissário da Economia, durante a apresentação das Previsões Económicas de Primavera.

Paolo Gentiloni lembra que o país foi mais lento a recuperar da pandemia. "A recuperação da economia portuguesa teve um caminho diferente de recuperação" e "não foi tão forte quanto a dos outros países em 2021. Agora, as projeções dos técnicos europeus apontam para uma subida do Produto Interno Bruto de 5,8% em 2022, uma revisão em alta em relação às previsões de fevereiro. Um número bem mais otimista do que os 4,9% inseridos no Orçamento.

Em segundo lugar, o comissário italiano justifica a melhor performance e expectativas da economia portuguesa com a "a reabertura do turismo", sobretudo "externo" que deverá ter um papel importante da retoma. Se no último ano, foi sobretudo o turismo interno que ajudou a recuperação - ainda que ficando muito aquém dos níveis pré-pandemia - agora deverão ser os turistas estrangeiros a dar uma ajuda à economia nacional.

Dívida a descer

Bruxelas sublinha também a redução do rácio de dívida pública de 127% em 2021 - depois do pico de 135,2% em 2020 - para 119,9% em 2022 e 115,3% em 2023. Nas Previsões de Primavera, os técnicos europeus justificam a correção com "a melhoria das condições económicas" e apontam para "um descida estável no horizonte".

Também Gentiloni sublinha "a boa projeção tanto para crescimento como para o nível da dívida/PIB", apontando para um valor que em 2023 ficará "abaixo do nível pré pandemia", ou seja, do que Portugal tinha antes do impacto da Covid-19.

Apesar de um cenário mais otimista - ou menos negro do que no resto da UE - a Comissão aponta para os riscos que a guerra na Ucrânia pode ter na economia e o impacto também nos preços da energia. "Tendo em conta a baixa exposição direta de Portugal à região afetada, estes riscos são na sua maioria indiretos, decorrentes da segurança do abastecimento e da incerteza na procura global", pode ler-se no documento.

No conjunto da UE e da Zona Euro, a Comissão revê em baixa as previsões de crescimento de 4% (em fevereiro) para 2,7%. Porém, Gentiloni não desvenda se a Comissão vai propor que a suspensão das regras do défice e da dívida continue mais um ano, até final de 2023, ao contrário do que foi dito no final do ano passado.

Perante o atual cenário macroeconómico e o impacto da invasão russa à Ucrânia, é possível que a Comissão proponha a derrogação em vez do regresso das regras orçamentais em 2023. No entanto, o comissário empurra a proposta para a semana que vem. Muito provavelmente será feita no dia 23 de maio, juntamente com o Pacote económico de Primavera.

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