Marcelo pede que se pressione Governo para acelerar reformas de transformação digital e ambiental

Portugal está num momento de viragem e tem uma oportunidade para agarrar sob pena de ficar de novo para trás. Uma frase enunciada diversas vezes, em diversas alturas, por diversos atores políticos, e cujo espírito foi ecoado na manhã desta quarta-feira, 11 de maio, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no congresso da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC) no seu 31.º Digital Business Congress, sob o tema “Tech & Economics: The Way Forward”.

Desta feita, a oportunidade que devemos agarrar é a revolução digital e a transição energética, que irão alterar para sempre os modos de vida e de produção da Humanidade

O Presidente da República, numa mensagem enviada por vídeo ao congresso que decorre na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, disse que o evento é “oportuno” pelo facto de estarmos a viver motores de mudança. A invasão da Ucrânia pela Rússia de 24 de fevereiro, depois de meses duros com a pandemia da covid-19, provocou uma nunca vista paralisação das economias mundiais.

“Estamos a sair de uma pandemia convertida em anemia, estamos a viver uma guerra. Quer a pandemia quer a guerra trouxeram ainda mais atualidade para a revolução digital e para a transição energética. Uma e outra mostraram a importância fundamental das comunicações. Com ela, perdem-se ou ganham-se guerras, perdem-se ou ganham-se vacinações”, disse o chefe de Estado.

E, perante a enxurrada de dinheiro do Plano de Recuperação e Resiliência, o presidente realça que esta deve ser uma das prioridades deste “novo ciclo político, que começou um pouco atropelado pela pandemia e pela guerra”.

“O digital é tão atual que é uma das prioridades do Governo português. Já era e agora é, reforçadamente, no PRR, no Portugal 2030, no programa de Governo”, disse. E invectivou os presentes a “olhar para o futuro a médio e longo-prazo” e a pressionarem o Executivo de maioria absoluta do Partido Socialista para “acelerar” a implementação deste futuro.

“O que eu espero de vós é a interpelação ao Governo e aos ministros que estão empenhados de facto nestas transições, revoluções, reformas e mudanças. Uma interpelação quanto ao tempo e ao modo. Tenho a certeza de que o Governo, a começar pelo primeiro-ministro, aguardam essa interpelação. Querem responder, como a Europa quer”, disse, numa alusão à execução precária dos dinheiros do PRR, cujos atrasos já estão a provocar alertas e pressões ao Governo da parte de Marcelo junto de instituições como o Tribunal de Contas.