Economia

Ministros da energia querem reforçar armazenamento de gás na Europa, acelerar compras coletivas e interligações

Ministros da energia querem reforçar armazenamento de gás na Europa, acelerar compras coletivas e interligações
Divulgacao

Os ministros com a pasta da energia da União Europeia reuniram-se num conselho extraordinário após a empresa russa Gazprom ter cortado abastecimento à Polónia e Bulgária

O ministro do Ambiente português, Duarte Cordeiro, anunciou que os países europeus pretendem reagir às últimas sanções russas reforçando a cooperação, nomeadamente através da aceleração de compras conjuntas, mas também reforçando o armazenamento e as interligações.

Os ministros com a pasta da energia da União Europeia reuniram-se num conselho extraordinário em função da decisão da empresa russa Gazprom ter cortado abastecimento à Polónia e Bulgária, uma vez que estes países decidiram não pagar o gás russo em rublos, tal como havia sido exigido pelo Kremlin.

Em resposta aos jornalistas, Duarte Cordeiro afirmou que “não houve especulação” sobre um cenário em que a Alemanha e Itália fossem eventualmente alvo das mesmas sanções. Acrescentou que ficou claro “o apoio aos países nestas circunstâncias”, por exemplo através da celebração de protocolos para responder às necessidade imediatas que existam, além da condenação da posição russa.

Estiveram então em discussão “alternativas de fornecimento de gás” e “medidas conjuntas de compras de gás”, de forma a obter este produto a preços mais acessíveis. Existe mesmo “uma enorme expectativa em relação à plataforma de compras conjuntas a nível europeu”, disse. Além do gás, também o hidrogénio foi referido neste contexto por Duarte Cordeiro.

Sobre o armazenamento ao nível dos vários estados, Cordeiro afirmou que seria dada prioridade a medidas legislativas deste tipo, embora sublinhe que “Portugal está pouco exposto ao gás russo”, tendo o ano passado contado com menos de 10% de exportação, e possuindo agora 80% da capacidade total ao mesmo tempo que não há razões para crer que existirão problemas nas entregas, garante. Em paralelo, afirma que Portugal pode assumir um papel relevante em ajudar “toda a Europa”, distribuindo gás através do porto de Sines.

Além disto, Cordeiro considera “fundamental” reforçar interligações europeias entre Portugal e Espanha, assim como Espanha e França, para as quais acredita que devem ser disponibilizados fundos europeus. “Hoje podem servir para transportar gás e depois gases renováveis, como o hidrogénio verde”, apontou.

O ministro do Ambiente apontou para maio, para a apresentação do plano Repower EU, que deverá responder a muitas destas questões. Para já, está a ser finalizado o mecanismo que permite dissociar o preço do gás do preço da eletricidade: depois do acordo político, falta a redação.

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