Nos anos 70 e 80 do século passado, os bancos centrais aumentaram os juros até 20% nos Estados Unidos e 25% em Portugal
O anterior surto inflacionista nas economias desenvolvidas saiu da prateleira das bibliotecas para refrescar a memória dos economistas e políticos que acham que a história se está a repetir. O anterior ciclo de preços altos, que já não se via desde o final da II Guerra Mundial, iniciou-se há quase meio século. Viria a ser debelado com um aperto extremo da política monetária, com os juros do banco central a chegarem a 20% em alguns meses de 1980 e 1981 nos Estados Unidos, a atingirem 25% em Portugal e a mais do que duplicarem na Alemanha (então República Federal da Alemanha).
O custo da operação de meter a inflação na ordem foram dois anos de recessão na América, com o desemprego a chegar a perto de 11%, e um período na Comunidade Económica Europeia (CEE, a antecessora da União Europeia) que foi batizado de ‘euroesclerose’ por um economista alemão, Herbert Giersch, com quase-estagnação e desemprego acima de 10%. Em Portugal, que padecia adicionalmente de várias ‘doenças’ próprias, aquele período saldou-se por dois resgates do Fundo Monetário Internacional (FMI), uma desvalorização deslizante do escudo, dois anos de recessão e o desemprego acima de 7%.
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