Economia

Gazprom suspende entregas de gás à Polónia e Bulgária. Preços disparam

Gazprom suspende entregas de gás à Polónia e Bulgária. Preços disparam
Frederic Scheidemann

Gazprom exige que o pagamento seja feito em rublos. Contratos de futuros do gás dispararam de imediato

O grupo russo Gazprom anunciou, esta quarta-feira, a suspensão de todas as suas entregas de gás à Bulgária e à Polónia, dois países membros da União Europeia, por não terem feito o pagamento em rublos. As reações não se fizeram esperar: os preços dos contratos de futuros dispararam, encontrando-se sete vezes mais altos do que há um ano.

Os preços dos contratos de futuros do gás na Europa subiram cerca de 20%, para cerca de 117 euros por megawatt-hora no início da negociação, segundo escreve o "Financial Times".

Em comunicado, a Gazprom disse que notificou a empresa búlgara Bulgargaz e a empresa polaca PGNiG da "suspensão das entregas de gás a partir de 27 de abril e até que o pagamento seja feito em rublos".

Entretanto a empresa de gás polaca PGNiG já confirmou a suspensão do fornecimento de gás natural pela Gazprom.

“A situação não afeta o fornecimento atual aos clientes do PGNiG que estão a receber combustível conforme solicitado”, afirmou a empresa em comunicado.

A petrolífera estatal russa Gazprom já tinha avançado com a suspensão do fornecimento de gás à Bulgária a partir de hoje, no mesmo dia em que o primeiro-ministro búlgaro tem previsto um encontro com o Presidente da Ucrânia, em Kiev.

A Bulgária juntou-se assim à Polónia, que também tinha anunciado que a Rússia iria interromper o fornecimento de gás a partir de hoje perante a recusa em fazer os pagamentos em rublos, como exige a administração da Gazprom, controlada por Moscovo.

O Governo da Bulgária, cujo Presidente tem prevista uma deslocação a Kiev para uma reunião com o seu homólogo ucraniano, garantiu que não há motivo para a população ficar preocupada.

No final de março, o presidente russo, Vladimir Putin, tinha dito que os clientes estrangeiros da Gazprom, “hostis à Federação Russa", deveriam pagar o gás importado em rublos, mas a maioria dos países da União Europeia, incluindo a Polónia e a Alemanha, não aceitou essa exigência.

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