O presidente executivo da Galp Energia, Andy Brown, admite que a nível global, "o mercado petrolífero pode continuar apertado por algum tempo e os preços elevados também".
Num encontro com a imprensa esta quarta-feira, na sede da Galp, em Lisboa, o gestor analisou a presente conjuntura do setor energético, à luz da guerra na Ucrânia, lembrando que os "stocks" ainda "são baixos" e houve países a libertar reservas estratégicas para responder à elevada dependência europeia de produtos petrolíferos russos.
Lembrando que "a Rússia é um grande exportador de gasóleo", fornecendo "cerca de 12% do consumo europeu de gasóleo", Andy Brown sublinhou também o papel do mercado russo no abastecimento de produtos como o "gasóleo de vácuo", que a Galp importava da Rússia, tendo-se comprometido a deixar de o fazer.
Analisando a pressão da guerra na Ucrânia sobre o mercado energético, o CEO da Galp notou que "o gás [natural] é uma questão ainda mais importante".
"Para a Europa substituir o gás russo terá de encontrar alternativas noutros países. Temos de olhar para o gás natural liquefeito. Mas os projetos de liquefação do gás são dispendiosos e levam muitos anos a construir", alertou o gestor.
"Deveremos assistir a uma aceleração das indústrias verdes", no final desta crise, acrescentou Andy Brown.
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