A chegada em força da inflação veio acelerar a subida das taxas das obrigações portuguesas. Depois de quatro anos a descer e de ter ficado estável em 2021, as emissões realizadas este ano já estão mais caras
A ‘bazuca’ que o Banco Central Europeu (BCE) lançou em 2015 levou as taxas de juro a mínimos históricos e permitiu ao Estado poupar muitos milhões de euros com a dívida pública. Em 2014, a taxa de juro implícita – uma espécie de taxa média de toda a dívida – era de 3,6%. No ano passado, estava cerca de um ponto e meio abaixo. Numa dívida de quase 130% do PIB, é uma diferença de muitos milhões de euros em juros por ano. Poupanças que se acumularam durante os últimos sete anos mas que estarão a chegar ao fim.
Em 2021, a dívida emitida teve uma taxa média de 0,6%, em linha com o ano anterior (0,5%) mas ainda assim ligeiramente acima de 2020. Este ano, até março, a taxa média das novas emissões foi de 1,1%, segundo revelam os últimos dados da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP). Praticamente o dobro do ano passado.
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