Portugal avançou com uma nova emissão de obrigações do Tesouro a 10 anos, no valor de 3 mil milhões de euros. Apesar da grande procura, os custos da dívida acabaram subir significativamente.
“A procura foi forte” já que os livros superaram os 15,5 mil milhões de euros, para uma emissão de 3.000 milhões, avalia o diretor de Investimentos do Banco Carregosa, Filipe Silva, numa nota à imprensa.
A data de vencimento dos títulos é julho de 2032, e a taxa final é de 1,67, já que o cupão foi estabelecido na taxa mid swap do euro a 10 anos, que está nos 1,32, adicionada de um spread de 35 pontos base.
“Há um ano o cupão tinha sido de 0,3, o que representa uma subida de cerca de 137 pontos base no custo desta nova emissão. A subida acaba por refletir o momento que temos no mercado de dívida”, balança Filipe Silva.
O cenário é o seguinte: os bancos centrais, o europeu incluído, têm vindo a anunciar o fim dos programas quantitativos, seguidos de subidas de taxas de juro, para fazer face à elevada inflação que se tem mostrado mais persistente do que inicialmente se esperava. Por outro lado, temos a invasão da Ucrânia por parte da Rússia, que trouxe um risco adicional para a Europa e ainda agravou mais a questão inflacionista, explica o diretor do Banco Carregosa.
No entanto, a situação não é das mais graves. “Apesar do aumento dos prémios de risco que estamos a verificar globalmente e que podem vir a prejudicar os países mais endividados, ainda estamos longe dos níveis críticos de taxas”, conclui o economista.
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