Economia

Esqueça os bancos do carro forrados a pele. Chegou a vez das fibras naturais

Esqueça os bancos do carro forrados a pele. Chegou a vez das fibras naturais
D.R.
A construtora sueca Volvo, que se prepara para produzir apenas carros elétricos, fez um acordo com uma startup suíça que lhe vai equipar os futuros modelos com materiais mais leves, praticamente sem plástico e mais amigos do ambiente e dos animais
Esqueça os bancos do carro forrados a pele. Chegou a vez das fibras naturais

Vítor Andrade

Coordenador de Economia

Ainda se lembra do tempo em que ter bancos em pele no novo carro era sinónimo de conforto, modernidade e luxo? Pois bem, esse tempo pode estar a chegar ao fim.

Algumas marcas de automóveis – da Europa à Ásia - consideram que é politicamente incorreto e ambientalmente insustentável continuar a utilizar materiais de origem animal no revestimento dos interiores dos carros que fabricam e, esta semana, foi a vez de a Volvo dar mais um passo em frente nessa direção.

Aquela empresa sueca, que há poucos meses tinha anunciado o abandono da pele animal nos componentes dos seus automóveis, está agora a explorar ativamente a utilização de compósitos de fibra natural na sua próxima geração de carros puramente elétricos, uma medida extensível à sua participada estratégica, a Polestar, que só produz veículos elétricos.

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Em comunicado agora divulgado, a construtora sueca revela que através do Volvo Cars Tech Fund - um fundo de investimento da marca vocacionado para startups e novas tendências - acaba de fazer uma parceria com a empresa suíça Bcomp, que desenvolve materiais leves de alto desempenho com base em fibras naturais. Estes materiais incorporaram já o mais recente protótipo da Volvo, o Concept Recharge.

Os cálculos da Bcomp mostram que, quando comparados com as peças de plástico normais, os compósitos à base de fibras naturais são até 50% mais leves, utilizam até 70% menos plástico e geram até 62% menos emissões de CO2.

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No interior do Concept Recharge, a Volvo Cars utilizou um composto de linho nas áreas de armazenamento inferior, na parte de trás do apoio de cabeça e no apoio para os pés. No exterior, os pára-choques dianteiro e traseiro, bem como os moldes da soleira da porta, consistem em compósitos de linho.

Alexander Petrofski, responsável pelo Volvo Cars Tech Fund, faz questão de sublinhar que "este investimento é mais um exemplo do nosso compromisso com a sustentabilidade e foco estratégico na redução da nossa pegada de carbono”.

A empresa pretende comercializar apenas automóveis puramente elétricos a partir de 2030 e deseja ser ambientalmente neutra a partir de 2040.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: VAndrade@expresso.impresa.pt

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