Portugal bate recorde dos pedidos de patentes. Feedzai lidera 'ranking' nacional

A região Norte continua a liderar nos processos de registo de propriedade intelectual junto do Instituto Europeu de Patentes, com origem em Portugal
A região Norte continua a liderar nos processos de registo de propriedade intelectual junto do Instituto Europeu de Patentes, com origem em Portugal
A economia portuguesa fechou o ano de 2021 com 286 pedidos de registo de patentes junto do Instituto Europeu de Patentes (IEP). O IEP garante que é um novo recorde nacional. A Feedzai, startup portuguesa que se especializou no uso de inteligência artificial na deteção de fraudes com cartões bancários, foi a entidade que liderou este ranking nacional, tendo dado entrada no IEP com 17 pedidos de patentes. O IEP informa ainda que fechou 2021 com um 188.600 pedidos provenientes de todo o mundo, o que reflete um aumento de 4,5% face a 2020.
Nos números agora divulgados o IEP destaca a recuperação do registo de patentes em Portugal, depois de uma contração de 7,7% em 2020. “É o crescimento mais forte na Europa (de entre os países com mais de 200 pedidos de patentes), e mais de cinco vezes a taxa média da UE27, de 2,7%”, refere o comunicado que o IEP enviou às redações.
Entidades privadas e públicas asseguram uma representação mais ou menos equilibrada nos 286 pedidos de patentes que fixaram o novo recorde nacional. A Feedzai lidera o ranking com 17 pedidos de patente apresentados ao IEP em 2021, mas no top 10 é ainda possível encontrar mais quatro empresas ou laboratórios privados: a startup de tecnologias da saúde Sword Health (12 patentes; 3º lugar), a Novadelta - Comércio e Indústria de Cafés (11 patentes; 4º), a Oli – Sistemas Sanitários (seis patentes; 8º); e a Abyssal (cinco patentes; 10º) são as empresas sediadas em Portugal que mais pedidos de patentes apresentaram no ano transato.
“Cinco dos 10 maiores requerentes de patentes portugueses são universidades ou institutos de investigação, o que os torna agentes fundamentais na dinamização da inovação em Portugal. São eles a Universidade do Minho, a Universidade do Porto, o Politécnico de Leiria, a Universidade de Aveiro, e o Instituto de Investigação da Floresta e do Papel - RAIZ, e contribuem com 45% do total dos pedidos de patentes apresentados pelos 10 maiores requerentes de patentes portugueses”, descreve o IEP.
No que toca a sectores que mais patentes solicitaram a partir de Portugal, a informática liderou com um total de 32 pedidos – e essa tendência também poderá ser encarada como um reflexo da liderança alcançada pela própria Feedzai.
A biotecnologia, com um crescimento de 82,4%, alcançou o segundo lugar, com um total de 31 pedidos de registo de patentes. No terceiro lugar ficaram as tecnologias da saúde, com 29 pedidos, e uma ligeira perda de fulgor face ao ano anterior, que foi dominado pela pandemia.
O IEP realça ainda o crescendo refletido no sector dos transportes português, que permitiu um acréscimo de 114% face ao ano anterior e fechou o total de 2021 em 15 pedidos de patentes em 2021.
De notar ainda que a região Norte confirma mais uma vez os pergaminhos de motor industrial de Portugal – mas com menor predomínio que no ano anterior. Se em 2020, 56% dos pedidos de patentes provinham da região Norte, em 2021, essa fatia da propriedade intelectual desceu para 40% dos pedidos oriundos de Portugal.
“Em contrapartida, o Centro aumentou os seus pedidos de patentes em 133,3%, aumentando assim a sua quota de 15,7% para 31,9% do total de pedidos de patentes com origem em Portugal”, refere o IEP.
A nível global, não restam dúvidas sobre o ascendente das marcas asiáticas: Huawei, com 3544 pedidos; Samsung, com 3439; e LG, com 2422, compõem o top 3 das entidades que mais patentes solicitaram ao IEP no ano passado. Ericsson, no 4º lugar, com 1884 pedidos; e Siemens, no 5º lugar, com 1720, são as duas primeiras empresas europeias a surgir no ranking, que tem no 6º lugar a fabricante de chips Qualcomm, e a fabricante de armamento Raytheon no 7º lugar, como as duas representantes americanas mais bem colocadas.
"O crescimento global dos pedidos de patentes no IEP em 2021 foi largamente estimulado pelos pedidos da China (+24% em comparação com 2020) e dos EUA (+5,2%). Os pedidos de patentes dos 38 países do IEP aumentaram (+2,8%) no ano passado, mas em termos relativos, a percentagem de pedidos da Europa continuou a diminuir, caindo de 50% do total em 2013 para 44% em 2021", refere o IEP.
Ainda no ranking global, é de referir que as comunicações digitais alcançaram o topo da lista com um total de 15400 pedidos de registo de patente e um crescimento de 9,4% em 2021. O segundo lugar neste ranking por sectores foi atribuído às tecnologias médicas, com 15.321 pedidos de registo de patente; e as tecnologias da computação fecham este top 3 com 14.671 pedidos de patente – e um crescimento de 9,7% face ao ano anterior.
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