Se não houver mais apoios à agricultura familiar poderá estar em causa a soberania alimentar do País, dizem os agricultores que esta sexta-feira foram para a rua, em Braga
Coordenador de Economia
Os agricultores, que esta sexta-feira se manifestaram nas ruas de Braga reclamam condições para escoamento da produção a preços justos, através da criação de uma lei que proíba as vendas com prejuízo ao longo de toda a cadeia agroalimentar. E propõem também a regulação e fiscalização da atividade da grande distribuição.
Numa ação de protesto promovida pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), foi defendida também a criação de circuitos curtos de comercialização e de um programa de compras públicas para fornecimento de cantinas e refeitórios públicos através de produtos oriundos da agricultura familiar, informou a CNA em comunicado.
Igualmente importante para os responsáveis da CNA é a criação de mecanismos de regulação que imponham limites máximos nos preços dos fatores de produção “para travar a especulação e a escalada brutal do custo de tudo aquilo de que precisamos para produzir (gasóleo, eletricidade, fertilizantes, rações…)”.
A CNA propõe ainda mais descontos no gasóleo agrícola e algumas medidas extraordinárias para fazer face aos prejuízos provocados pela seca, tais como ajudas a fundo perdido pela perda de rendimento.
Por outro lado, aquela organização pede ainda ao Governo que sejam concretizadas de uma vez por todas as medidas preconizadas no ‘Estatuto da Agricultura Familiar’ e a “reversão da condição que obriga a que 20% do rendimento do agregado familiar seja proveniente da Agricultura, o que exclui a grande maioria dos agricultores”.
Igualmente importante, segundo a CNA, é a criação de mais e melhores serviços públicos no meio rural, como centros de saúde, escolas, transportes públicos, correios, rede móvel, entre outros, para uma vida digna no campo.
Os agricultores que esta sexta-feira se manifestaram em Braga consideram que sem a rápida aplicação daquelas medidas, “a lavoura vai continuar a acumular problemas e dificuldades, muitas explorações serão forçadas a encerrar e ficará cada vez mais comprometida a vitalidade do mundo rural e a soberania alimentar do País”.
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