Preços subiram 4,2% em fevereiro. Energia volta a pesar na inflação

A inflação subjacente, que exclui produtos alimentares não transformados e energéticos, acelerou em fevereiro para os 3,2% face a uma variação homóloga de 2,4% em janeiro.

A variação mensal do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi de 0,4% face a 0,3% em janeiro. Em fevereiro de 2021, esta foi negativa em 0,5%. A variação média dos últimos doze meses foi de 1,8%, face a 1,5% em janeiro.

” O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português apresentou uma variação homóloga de 4,4%, taxa superior em 1,0 p.p. à do mês anterior e inferior em 1,4 pontos percentuais (p.p.) ao valor estimado pelo Eurostat para a área do Euro (em janeiro, esta diferença foi de 1,7 p.p.)”, assinala o INE. Excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos, o IHPC foi de 3,4% em fevereiro, acima da taxa de 2,9% da zona euro.

O índice relativo aos produtos energéticos teve uma variação positiva de 15%, face a 12,1% em janeiro. Já o índice dos produtos alimentares não transformados apresentou uma variação homóloga positiva de 3,7%, face a 3,4% em janeiro. 

“Por classes de despesa e face ao mês precedente, são de destacar os aumentos das taxas de variação homóloga das classes dos Transportes e dos Restaurantes e hotéis, com variações de 8,5% e 5,2%, respetivamente (6,2% e 3,6% no mês anterior)”, realça o INE.

Portugal está entre os países da zona euro com as taxas de inflação mais baixas. Em fevereiro, de acordo com os dados divulgados pelo Eurostat a 2 de março, o País teve a 4.ª variação mais baixa entre os países da moeda única. Apenas França (4,1%), a Finlândia e Malta (ambos com 4,3%) registaram taxas de inflação mais baixas no mês passado.

Porém, a subida de preços é generalizada na Europa. Os países da área do euro deverão ter registado uma taxa de inflação de 5,8% em fevereiro, acelerando face a 5,1% em janeiro, de acordo com a estimativa do Eurostat. E são os preços galopantes da energia os responsáveis: se em janeiro a variação homóloga deste componente fora de 28,8%, em fevereiro esta aumentou para os 31,7%. A invasão da Ucrânia pela Rússia, com o consequente “aperto” no lado da oferta, deverá agravar a tendência inflacionista iniciada em 2021.