“Não estamos a sentir problemas de abastecimento”, diz a Jerónimo Martins. “Mas”…
“Se o principal porto da Ucrânia fechar vamos sentir falta de cereais e fazer essa reposição não será fácil”, diz o presidente do grupo, Pedro Soares dos Santos
“Se o principal porto da Ucrânia fechar vamos sentir falta de cereais e fazer essa reposição não será fácil”, diz o presidente do grupo, Pedro Soares dos Santos
Apesar dos impactos do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, o grupo Jerónimo Martins assume “não estar a sentir problemas no abastecimento de lojas em Portugal”. A garantia é de Isabel Ferreiro Pinto, diretora executiva do Pingo Doce que acrescenta, de imediato um “mas”: “Mas é impossível fazer previsões hoje em dia”, diz na conferência de imprensas que se se seguiu à apresentação de contas do grupo.
O presidente do grupo, Pedro Soares do Santos, acrescentou mais um “mas” a esta declaração: “Se o principal porto da Ucrânia fechar vamos sentir falta em termos de cereais e fazer essa reposição não será fácil”, afirma sem fazer qualquer referência às notícias que dão conta da decisão do governo ucraniano de proibir a exportação de centeio, cevada, trigo sarraceno, milho, açúcar, sal e carne até ao final deste ano.
No caso da cadeia Biedronka, do mesmo grupo, na Polónia, Luís Araújo, diretor executivo no país, garante que o grupo também não está a sentir ainda disrupção nas cadeias de abastecimento local. E junta mais um “mas”: “Não é de excluir que isso possa acontecer nas próximas semanas”.
Uma vez que a Ucrânia “exporta muito para a Europa Ocidental carne, ovos e cereais, entre outros produtos”, admite que o quadro atual pode “criar turbulência na procura e terá impacto na inflação”.
No entanto, até agora, “o mais visível na cadeia de abastecimento é o acelerar do consumo devido à presença de mais de um milhão de refugiados ucranianos na Polónia”, acrescenta.
Sobre o plano de expansão do grupo na Polónia, enquadrado num pacote global de 850 milhões de euros para os três países onde a Jerónimo Martins está presente (Portugal, Colômbia e Polónia), estão previstas 130 aberturas líquidas de lojas Biedronka e 350 remodelações.
O objetivo é manter este plano, diz o gestor, apesar de admitir que pode haver algum impacto no sector da construção no que respeita a minérios provenientes da Rússia e na própria mão de obra, que contava com muitos trabalhadores ucranianos, agora a combater.
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