Seis candidatos a fornecer comboios à CP. E há grupos portugueses interessados
Concurso avaliado em 819 milhões de euros conta também com interessados espanhóis, franceses, suíços, alemães, canadianos, chineses e japoneses
Concurso avaliado em 819 milhões de euros conta também com interessados espanhóis, franceses, suíços, alemães, canadianos, chineses e japoneses
Editor-adjunto de Economia
A CP recebeu seis manifestações de interesse no concurso de aquisição de 117 automotoras para o serviço regional e o serviço suburbano que lançou em dezembro do ano passado, avaliado em 819 milhões de euros. Três das candidaturas apresentadas são de agrupamentos de empresas e as outras três de empresas individuais. Há interessados espanhóis, franceses, suíços, alemães, canadianos, chineses e japoneses. E há um grupo português num dos agrupamentos, a empresa de construção DST – Domingos da Silva Teixeira.
A DST concorre agrupada com a francesa Alstom e com a canadiana Bombardier. Outro agrupamento inclui a espanhola Patentes Talgo e a alemã Siemens e há um terceiro que na realidade é apenas da espanhola CAF mas inclui duas empresas deste grupo, a CAF – Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles e a CAF Turnkey & Engineering.
Individualmente concorrem a chinesa CRRC Tangshan, a japonesa Hitachi Rail STS e a suíça Stadler, que foi a vencedora do anterior concurso para o fornecimento de 22 automotoras para o serviço regional, no valor de 158,1 milhões de euros. Este concurso atrasou porque foi impugnado pela espanhola CAF, que também chegou à fase final. E só em outubro do ano passado o Tribunal de Contas validou a compra.
O prazo de apresentação de candidaturas terminou a 15 de fevereiro, segundo refere a CP em comunicado. A empresa explica que “o júri do concurso vai agora proceder à análise das candidaturas com vista à sua qualificação, sendo admitidos à fase seguinte todos os candidatos que cumpram os requisitos de capacidade técnica e financeira previstos nas peças do procedimento”.
A CP adianta que “a decisão de qualificação será tomada no prazo de 44 dias úteis, após o termo do prazo para apresentação das candidaturas”.
O concurso não inclui apenas os 117 comboios, mas também a construção de uma oficina em Guifões, no concelho de Matosinhos. “Os candidatos que vierem a ser admitidos serão convidados, em simultâneo, a apresentar propostas para o fornecimento dos 117 comboios e construção de oficina de manutenção de material circulante”, diz a CP.
A maior parte das novas unidades, 62, vai para os serviços suburbanos da CP, com preponderância para a linha de Cascais, e as restantes 55 irão para o serviço regional.
A contribuição para a revitalização da indústria ferroviária portuguesa é uma exigência do Governo. O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, defendeu que o concurso deve ter “repercussão na indústria e no povo português”.
“Queremos produção e fabrico em Portugal. Quem quiser cumprir as regras do caderno de encargos, será bem-vindo. E quem quiser produzir aqui, terá condições para criar não só para Portugal como para outras zonas do mundo”, disse o ministro em dezembro na cerimónia de lançamento do concurso.
Pedro Nuno Santos disse ainda que “este concurso é um impulsionador para que Portugal venha a fazer parte do clube dos fabricantes de comboios na Europa. Não temos de ter um comboio exclusivamente português, queremos é que as nossas indústrias se incorporem na cadeia de produção do setor ferroviário”.
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