Hospital da Cruz Vermelha vive de dívida bancária
Santa Casa entrou há um ano. Situação de falência perdura e agrava-se diferendo entre trabalhadores e administração
Santa Casa entrou há um ano. Situação de falência perdura e agrava-se diferendo entre trabalhadores e administração
Jornalista
Não se vislumbra qual será o futuro do Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa (HCVP), gerido desde há um ano pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), num suposto resgate da falência. A 14 de dezembro de 2020 foi formalizada a aquisição dos 54,97% da sociedade gestora do hospital detidos pela Cruz Vermelha Portuguesa. A outra parte do capital é da Parpública e, por esta altura, deveria estar também nas mãos da Santa Casa. Fonte oficial da empresa estatal indica manter-se a intenção de venda, tal como é referido no relatório e contas. E do lado da Santa Casa é dito que “a aquisição está a seguir os trâmites e os timings normais dos procedimentos internos da SCML para este tipo de processos”.
A venda iminente da gestão clínica do hospital arrasta-se desde o verão de 2019. Entretanto, degradam-se (mais) as contas, o ambiente e as condições de trabalho dos 450 funcionários, que desde 2016 andam em negociações sobre o acordo de empresa (AE) junto de sucessivas administrações. Já houve várias greves e esta semana, no dia de aniversário da entrada da SCML realizou-se mais uma paralisação. Enfermeiros, técnicos de saúde, entre outros, contestam o fim do AE ditado pelo conselho de administração. A gestão apresenta jurisprudência para legitimar a caducidade e quer aplicar as convenções coletivas da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, à qual o HCVP passou a pertencer.
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