Em Portugal, em 2020, ano de início da pandemia da covid-19, a percentagem de pessoas em risco de pobreza aumentou para 18,4%, um aumento de 2,2 pontos percentuais face a 2019, anunciou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). Deste grupo fazem parte as pessoas que auferiam menos de 6653 euros anuais, ou 554 euros por mês, de rendimentos líquidos. O aumento foi de 228 mil pessoas, para um total de 1,89 milhões de portugueses em risco de pobreza.
Entre a população portuguesa, o risco aumentou mais junto das mulheres (de 16,7% em 2019 para 19,2% em 2020), e em especial junto das mulheres idosas (de 19,5% a 22,5% em 2020), segundo o INE.
O aumento do número de portugueses em risco de pobreza não poupa qualquer faixa etária, com destaque para os adultos em idade ativa, com mais 2,3 pontos percentuais para os 17,2%, e a população idosa, com mais 2,6 pontos percentuais, para os 20,1% em 2020. Já o risco de pobreza dos menores de 18 anos cresceu de 19,1% para 20,4%.
Risco para população com emprego em máximos de 10 anos
Por situação laboral, o risco de pobreza para os desempregados aumentou 5,9 pontos percentuais para os 46,5% em 2020, ao passo que o risco de pobreza para a população empregada cresceu 1,6 pontos percentuais para os 11,2% no ano passado, naquele que é o valor mais elevado nos últimos 10 anos, segundo o INE. Os reformados viram um aumento da pobreza relativa de 2,3 pontos percentuais para os 18% em 2020.
Sob o prisma do agregado familiar, o risco de pobreza aumentou tanto nos agregados sem crianças dependentes, para os 17,2% em 2020, e nos agregados com crianças dependentes, para os 19,7%.
Porém, o maior aumento do risco de pobreza ocorreu, em 2020, nas famílias "constituídas por dois adultos, sem crianças, em que pelo menos um é idoso (de 16,4% para 19,9%), por um adulto e pelo menos uma criança (de 25,5% para 30,2%)", segundo o INE.
As famílias constituídas por crianças e pelo menos três adultos viram o risco de pobreza aumentar de 17,6% para 26,3%.
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