Economia

Anchorage: empresa de criptoativos liderada por português angaria 350 milhões de dólares e ganha estatuto de "unicórnio"

Diogo Mónica e Nathan McCauley, fundadores da Anchorage
Diogo Mónica e Nathan McCauley, fundadores da Anchorage

A empresa custodiária de criptoativos captou 350 milhões de dólares no mercado, numa ronda série D liderada pelo fundo norte-americano KKR. Diogo Mónica, co-fundador e presidente da empresa sediada em São Francisco, nos Estados Unidos, diz que quer continuar a apostar em talento nacional

A Anchorage anunciou esta quarta-feira que angariou 350 milhões de euros (cerca de 309 milhões de euros) numa ronda de financiamento série D, um investimento que avalia a empresa custodiária de criptomoedas co-fundada pelo português Diogo Mónica em 3 mil milhões de dólares (2,7 mil milhões de euros).

Em comunicado, a Anchorage afirma tratar-se do primeiro "unicórnio" (empresas avaliadas em mais de mil milhões de dólares) na área dos criptoativos com ADN português.

A ronda foi liderada pelo fundo de capital privado KKR - atualmente em processo de compra da Telecom Italia, podendo ser um possível futuro comprador da operação portuguesa da Altice, a Meo - e nela participaram os fundos norte-americanos Andreessen Horowitz, Wellington Management e Apollo e o banco de investimento Goldman Sachs.

Contam-se também entre os investidores fundos e contas geridas pela BlackRock, a Blockchain Capital, a Delta Blockchain Fund, a Elad Gil, a GIC, a GoldenTree Asset Management, a Innovius Capital, a Kraken, a Lux Capital, a PayPal Ventures, a Senator Investment Group, a Standard Investments, a Thoma Bravo, e a Wellington Management.

A Anchorage conta ainda com capital português através da Indico Capital Management, fundo de capital de risco liderado pela ex-Talkdest Cristina Fonseca e pelo ex-Caixa Capital Stephan de Morais. A Indico participou na ronda série C, realizada no início deste ano, na qual a empresa 'cripto' angariou 80 milhões de dólares (71 milhões de euros).

Esta é uma estreia para a norte-americana KKR, que investe assim, pela primeira vez, numa empresa de ativos digitais, através de investimento direto de capital próprio, por via do Next Generation Technology Growth Fund II, focado no espaço tecnológico, sublinha o comunicado.

"À medida que mais e mais instituições procuram acrescentar serviços cripto às suas ofertas, encontramo-nos num ponto de inflexão. Este financiamento coloca a Anchorage Digital numa posição confortável para responder à procura institucional sem precedentes deste mercado em rápida evolução", diz Diogo Mónica, citado em comunicado.

O presidente da Anchorage, uma das muitas empresas do mercado de criptoativos que está a atingir valorizações na ordem dos milhares de milhões de dólares, colocando-as rapidamente na ambicionada zona de 'unicórnio', diz que pretende "continuar a apostar no talento português", assinalando que "o crescimento da adoção institucional dos criptoativos demonstra o impacto que estes estão a ter no sistema financeiro tradicional no mundo, em geral, e em Portugal, mais concretamente”.

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