A Galp Energia e a sueca Northvolt assinaram esta terça-feira em Lisboa um acordo para a criação de uma joint venture (empresa conjunta), que será detida em partes iguais pelas duas empresas, para investir na produção de hidróxido de lítio para baterias em Portugal.
Na apresentação da aliança, designada Aurora, as duas empresas avançaram o objetivo de começar a produzir hidróxido de lítio em Portugal no final de 2025, com a operação comercial deste negócio prevista para 2026.
A refinaria terá capacidade para produzir até 35 mil toneladas de hidróxido de lítio por ano em Portugal (suficiente para o fabrico de 700 mil baterias para carros elétricos por ano), mas a localização do projeto ainda não está decidida. Para já, a Northvolt compromete-se a adquirir metade do lítio que será produzido em Portugal para as suas operações de fabrico de baterias.
O consórcio estima que o projeto implicará um investimento de 700 milhões de euros (a candidatura do projeto da cadeia de valor das baterias ao Plano de Recuperação e Resiliência aponta para 980 milhões de euros, mas inclui outros parceiros). A unidade de produção de lítio permitirá criar 1500 empregos diretos e indiretos, estimam as duas empresas.
A Galp e a Northvolt estão ainda a realizar estudos técnicos e económicos sobre este projeto, informaram as empresas. Mas o presidente executivo (CEO) da Galp, Andy Brown, sublinhou que "a Galp está bem posicionada para esta aposta no lítio, com a sua experiência industrial".
"Já levantámos financiamentos de perto de 6 mil milhões de dólares até hoje e temos uma forte carteira de encomendas", referiu, por seu turno, o fundador e administrador com o pelouro operacional da Northvolt, Paolo Cerruti.
Segundo o CEO da Galp, Portugal tem "credenciais" importantes para a instalação de uma cadeia de valor na área do lítio. "Portugal tem acesso a energia renovável abundante e barata", sublinhou Andy Brown, notando também que o país tem as suas próprias reservas de lítio.
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