A idade legal da reforma só começou a subir em 2014, mas desde 2007 que as pessoas têm de trabalhar mais tempo para se quiserem reformar-se sem cortes no valor da pensão. A pandemia, contudo, trocou as voltas às previsões, tendo levado a uma redução inédita
A trajetória foi, até agora, de sentido único: sempre a subir. Assim tem evoluído a idade de acesso à pensão de velhice sem cortes, em Portugal, desde a reforma da Segurança Social de 2007, sob a égide do então ministro socialista Vieira da Silva, que introduziu o famoso fator de sustentabilidade.
No Governo de Pedro Passos Coelho, durante os anos da troika, a idade legal de reforma deu um salto mais significativo, para os 66 anos em 2014, passando a variar desde então com a esperança de vida, e chegando aos 66 anos e sete meses em 2022. E o fator de sustentabilidade foi agravado, levando a cortes cada vez maiores sobre as reformas antecipadas.
Muito contestado, desde sempre, pelos partidos mais à esquerda no Parlamento, a discussão sobre o fator de sustentabilidade continua e foi uma das principais razões para a fratura entre PS e BE, que culminou no chumbo do Orçamento do Estado para 2022.
O resto da história é ainda incerto. A pandemia de covid-19 alterou o curso dos acontecimentos. O aumento da mortalidade vai levar a uma redução inédita na idade da reforma em 2023, que se deve prolongar em 2024, quando pode regressar aos 66 anos de Passos Coelho e da troika.
Deixamos-lhe a evolução história das medidas da idade da reforma sem cortes em Portugal. Para já as medidas estão no modelo 65 - 66,7 - 66, mas, no futuro, poderão voltar a engordar.
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