Economia

Ryanair volta a atacar a TAP e defende que a companhia portuguesa devia libertar 250 "slots" por semana

Ryanair volta a atacar a TAP e defende que a companhia portuguesa devia libertar 250 "slots" por semana
TIAGO PETINGA / Lusa

O presidente executivo da Ryanair, Michael O’Leary, afirma que a TAP está a cancelar em média cerca de 30% dos voos em cima da hora só para manter o "slots" vivos, e defende que a companhia aérea portuguesa devia libertar pelo menos 250 "slots" por semana

Ryanair volta a atacar a TAP e defende que a companhia portuguesa devia libertar 250 "slots" por semana

Anabela Campos

Jornalista

Com um atraso de 45 minutos face ao horário previsto (devido a um atraso no voo da Ryanair), o presidente da companhia de baixo custo irlandesa, Michael O’Leary, voltou a acusar a TAP de estar a TAP de estar a bloquear a concorrência, ao marcar voos no aeroporto de Lisboa para os cancelar semanas depois só para manter ativos os slots (horário para aterrar e levantar voo). O´Leary diz que a Ryanair vai destronar a TAP no próximo ano.

“Achamos que a TAP devia libertar no mínimo 250 slots por semana [no aeroporto de Lisboa]”, afirmou Michael O´Leary, em conferência de imprensa, em Lisboa, onde esteve para promover a nova base da Madeira e voltar ao tema dos slots. O ´Leary chegou cerca de 45 atrasado à conferência, que abriu, dizendo em tom de brincadeira que gostaria de usar como desculpa a TAP, mas não poderia fazê-lo porque não tinha sido a companhia portuguesa a responsável. "Gostaria de ter uma desculpa engraçada de um atraso num voo da TAP, mas infelizmente houve um atraso num voo da Ryanair devido ao frio", brincou.

O presidente da Ryanair diz que a TAP está a cancelar mais de 30% dos voos nas últimas semanas só para poder continuar a usar os slots no aeroporto de Lisboa. A 24 de agosto, O`Leary tinha feito uma conferência de imprensa em Lisboa com uma mensagem idêntica, na altura alegava que a TAP estava a bloquear artificialmente 20% dos slots - tinha-os, mas não os usava.

“O Governo tem de forçar a TAP a libertar slots não utilizados em Lisboa”, sublinhou ainda o presidente do conselho de administração da Ryanair. Um apelo que já tinha feito em agosto. O ´Leary salientou que já fez uma queixa formal nas autoridades europeias, mas ainda não teve qualquer resposta. O gestor irlandês admite no entanto que a TAP não está a fazer nada de ilegal. "Não é ilegal, mas é contrários aos interesses dos portugueses", frisou. E defendeu que quem paga são os clientes, os contribuintes e o turismo português.

Investir para ser a número 1

O´Leary voltou a sublinhar que ambiciona tornar-se a companhia número um em Portugal, e diz que vai consegui-lo em breve, admitindo que poderá destronar a TAP ainda em 2022. Vai depender de como evoluir a pandemia. No próximo ano, a Ryanar estima um acréscimo de 13,5 milhões de passageiros transportados de e para Portugal, prevendo um percurso inverso para a TAP, que considera irá reduza o tráfego em cerca de 11 milhões de passageiros no próximo ano.


O´Leary fez questão de sublinhar o investimento da companhia em Portugal, apontando vários números. A Ryanair vai ter mais seis aviões a operar em Portugal em 2022: dois na nova base da Madeira, três em Lisboa e um no Porto. A companhia tem cinco bases em Portugal. Representa, sublinhou, um investimento de quase 2,5 mil milhões de euros (2,8 mil milhões de dólares). A Ryanair tem 28 aeronaves alocadas à operação portuguesa, o o grosso do investimento em Portugal é para comprar aeronaves.

Ryanair ainda não cancelou voos


O´Leary mostrou-se relativamente otimista relativamente ao impacto da nova variante de nova variante de Sars-CoV-2, Ómicron. A Ryanair ainda não cancelou nenhum voo.

E assegurou que seguirá as novas medidas adotadas pelo Governo português, nomeadamente a exigência adicional de um teste negativo para covid-19. "Seguiremos as indicações de todos os governos onde operamos", afirmou. E não são todas iguais, sublinhou.

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