Ryanair vai receber três milhões para voar para o Funchal. O´Leary diz que mudou de ideias em relação à Madeira

Frontal e sem rodeios, Michael O´Leary, presidente do conselho de administração da Ryanair, admite que mudou de ideias em relação aos voos para a Madeira, já que no passado dizia que não voaria para aquele destino porque as taxas aeroportuárias eram demasiado elevadas.

"Nunca dizemos nunca na Ryanair", afirmou Michael O ´Leary sem hesitar, numa conferência de imprensa em Lisboa, quando questionado por um jornalista sobre a mudança de estratégia. O presidente da Ryanair admitiu que tinha dito disso e que era o que pensava, mas agora a realidade era outra e a Madeira tinha-se tornado interessante.

A Ryanair vai receber um apoio para voar para a Madeira, como outros destinos têm recebido. O Turismo de Portugal, noticiou esta segunda-feira o "Jornal de Negócios", vai dar um apoio de três milhões de euros à Ryanair para que esta faça uma campanha de marketing para promover o destino da Madeira. A decisão foi publicada em esta segunda-feira em Diário da República.

A Ryanair vai abrir a base do Funchal para os voos de verão em 2022, e o Turismo de Portugal vai começar a financiar a campanha de marketing a partir de 2023, podendo assumir encargos no limite de 755 mil euros, entre 2023 e 2026.

Será uma campanha de marketing conjunta. O´Leary admitiu na conferência que iria receber apoios do Turismo mas não disse quanto. Embora não esconda que recebe subsídios para campanhas de marketing. O´Leary nunca diz quanto é, embora goste de detalhar todo o investimento que a companhia está a fazer e irá fazer no futuro.

O anúncio de que a Ryanair iria instalar uma base na Madeira, um mercado que tem sido dominado pela TAP e pela Easyjet, foi feito na semana passada. Serão disponibilizados 350 mil lugares por ano, em 10 novas rotas. A companhia prometeu então criar 60 novos postos de trabalho diretos e mais 400 indiretos.

Além de voos para Lisboa e Porto, a Ryanair vai efetuar voos semanais para Bruxelas (Bélgica), Dublin (Irlanda), Londres e Manchester (Inglaterra), Marselha (França), Milão (Itália), Nuremberga (Alemanha) e Paris (França).

Serão 40 voos semanais. No verão, a Ryanair vai efetuar 21 ligações semanais com Lisboa e Porto (120 mil lugares) e no inverno 12 (41 mil lugares). A nível das rotas internacionais, a companhia irlandesa estipulou um total de 21 frequências semanais no verão (120 mil lugares) e 18 no inverno (66 mil lugares).