Matos Fernandes: "Antecipámos as metas de descarbonização de forma justa"

Editor de Economia
"Antecipámos as metas da descarbonização de forma justa", afirmou ao Expresso o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, num breve comentário em reação ao término da produção da central termoelétrica da Tejo Energia, no Pego, que esta sexta-feira de manhã deixou de ter carvão para queimar.
O ministro admite que o abandono da produção de eletricidade a partir do carvão por parte de Portugal dá internacionalmente um sinal do compromisso do país com a descarbonização, sendo "a prova" de que o sistema elétrico nacional conseguiu antecipar em quase uma década o fim do carvão, que chegou a estar previsto para 2030.
Uma antecipação "justa", segundo o governante, que contou com uma estratégia do Executivo de taxar mais a produção de eletricidade a partir do carvão (já que deixou de estar isenta do pagamento de ISP).
Matos Fernandes sublinha que agora o Governo tem algumas preocupações, designadamente "proteger os direitos dos trabalhadores", já que centena e meia de funcionários da central do Pego ficarão sem trabalho, sendo intenção do Executivo canalizar verbas do Fundo para a Transição Justa para apoiar esses trabalhadores.
Mas uma outra preocupação do Executivo, segundo Matos Fernandes, é garantir que após o descomissionamento da central do Pego (que tem uma potência de 628 megawatts), a capacidade de ligação existente, continuará a ser aproveitada.
"Existe uma ligação à rede e esse ativo é absolutamente essencial", frisou Matos Fernandes.
O futuro desse ponto de ligação resultará das propostas que o Governo receberá no concurso em marcha para a reconversão da central do Pego. "Conheceremos o teor das propostas a 17 de janeiro", referiu o ministro do Ambiente.
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