Economia

“Vamos terminar o ano com 50% da receita turística de 2019. Estamos a recuperar melhor do que estimávamos”, garante ministro da Economia

“Vamos terminar o ano com 50% da receita turística de 2019. Estamos a recuperar melhor do que estimávamos”, garante ministro da Economia
NUNO FOX

Ministro da Economia defende no congresso da hotelaria que é tempo do turismo "lamber as feridas geradas pela pandemia, sarar as cicatrizes depressa" e trabalhar para recuperar os valores de 2019

Este ano as receitas turísticas "irão ficar a 50%" do que aconteceu em 2019, mas "nenhum outro sector em Portugal como o turismo está tão bem preparado para enfrentar os desafios do futuro que aí vem", salientou Pedro Siza Vieira, ministro da Economia, na abertura do congresso "O Turismo tem Futuro", promovido pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), que decorre em Albufeira.

"Agora é o momento em que temos de lamber as feridas que a pandemia gerou para que sarem depressa", salientou o ministro, deixando claro que "agora que o turismo está a recuperar, temos de encarar coletivamente a possibilidade de voltarmos ao valor do produto que tínhamos em 2019".

"Estamos a observar que há um crescimento do turismo acima do esperado e do que estimávamos há uns meses, apesar de haver ainda alguns constrangimentos do lado da oferta", reiterou Siza Vieira. "Estamos no bom caminho, com sinais de uma economia a crescer muito fortemente dentro da UE", destacou.

Mas o ministro frisou que aos olhos da UE "existe um risco por não termos um Orçamento do Estado aprovado". Outro desafio que destacou na rentabilidade das empresas é a atual crise de combustíveis, "que torna a energia mais cara" e que "tem de ser bem gerida".

"Próximos meses até à Páscoa vão ser muito difíceis", adverte a AHP

"A retoma do turismo já começou, mas os próximos meses até à Páscoa será muito complicados, o sector hoteleiro vai precisar de apoios porque as dificuldades de tesouraria vão piorar", advertiu Raul Martins, presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), no congresso que decorre em Albufeira.

"Houve muitos hotéis que abriram as portas em 2018 e 2019 e estão endividados", frisou o presidente da AHP, lembrando que foi uma "oportunidade perdida, um nado morto", o anúncio do Governo de que iria substituir a prorrogação automática das moratórias pela garantia do Estado de 25% do crédito negociado, opção que foi rejeitada pelos bancos.

Raul Martins instou ainda o Governo a acelerar medidas de apoio já anunciadas, como a linha de apoio à tesouraria das empresas turísticas no valor de 150 milhões de euros. Segundo adiantou Siza Vieira no congresso, estes apoios vão ficar disponíveis no final de novembro.

O ministro adiantou também que até ao fim do ano ficará acessível o programa anunciado de recapitalização das empresas, mas não deu certezas relativamente ao plano para apoiar a redução do endividamento, uma vez que não há Orçamento do Estado.

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