O turismo está a recuperar em Portugal de forma mais rápida do que estava previsto e os certificados de vacinação à covid têm tido "bons resultados", mas as previsões da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) apontam para quebras em 2021 de 60% no tráfego dos aeroportos e de 45% nas dormidas face ao período pré-pandemia, segundo adiantou o seu presidente, Francisco Calheiros, no congresso "O Turismo tem Futuro " promovido pela da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), que decorre em Albufeira.
Em setembro, as dormidas de estrangeiros superaram as dos nacionais pela primeira vez desde o início da pandemia, num sinal de retoma da procura externa, segundo destacou Francisco Calheiros.
"Mas para prosseguir a recuperação da atividade turística é necessário que as empresas estejam capitalizadas, os apoios não podem funcionar como meros paliativos", frisou o presidente da confederação do turismo.
Francisco Calheiros garantiu ter como prioridade acelerar o apoio financeiro no valor de 145 milhões de euros que está na agenda para as empresas turísticas nesta fase de retoma, e que incluem projetos de inovação e de digitalização viradas para o futuro e a nova fase pós-covid.
"Para que o turismo volte a ser a atividade mais dinâmica e competitiva da economia nacional é preciso que os apoios cheguem rapidamente às empresas, e estes instrumentos financeiros devem ser uma prioridade absoluta do próximo Governo", sublinhou Francisco Calheiros, realçando que dar mais fôlego ao turismo impactante diretamente em vários outros sectores e na economia nacional como um todo.
Nesta fase em que já há sinais de retoma, o país enfrenta uma crise política e tem eleições marcadas para o fim de janeiro, lembrou o presidente da CTP. "Pode ser uma oportunidade para o novo Governo implementar medidas que há muito são necessárias ", salientou Francisco Calheiros. "E talvez o próximo Governo possa ir mais longe, tomando uma decisão sobre o novo aeroporto que já hoje é urgente", defendeu.
Segundo o responsável da confederação de turismo, as perspectivas para 2022 já são "positivas", com a chegada de medicamentos antivirais ao mercado "e os consumidores a mostrarem-se ávidos por viajar - apesar de haver novos constrangimento que se colocam às economias nos principais mercados emissores, designadamente a crise energética que ameaça encarecer as deslocações.
"Acredito que em 2023 já possamos estar num cenário próximo ao pré-pandemia", concluiu Francisco Calheiros.
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