Preços da energia a disparar, portos entupidos, escassez de matérias-primas e a inflação à espreita
Foi no dia 4 de março de 1974 que os ABBA lançaram ‘Waterloo’. A canção sobre a célebre derrota de Napoleão levaria o grupo à vitória no Festival da Eurovisão no mês seguinte. Nesse mês, a 1700 quilómetros de Estocolmo, na capital austríaca onde está sedeada desde 1965 a Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP), decidia-se o fim do embargo do petróleo. Vivia-se então o primeiro choque petrolífero. O segundo chegaria poucos anos depois quando a revolução iraniana substituiu o último xá pelo Ayatollah Khomeini. Numa década, o preço médio anual do barril saltou de menos de quatro dólares para mais de 35.
Parece barato aos olhos de hoje? Sem dúvida. Talvez corrigindo pela inflação tenha outro impacto: a preços atuais, seria um disparo de 23 para 108 dólares. Quis o acaso que o quarteto sueco tenha decidido regressar, ainda que em versão essencialmente virtual, num ano de novo choque na energia. Outros tempos, é certo, mas com alguns pontos em comum. Nem de propósito, António Costa Silva, o homem que fez o plano de recuperação português e que presidiu à petrolífera Partex, mergulha na letra desse sucesso dos ABBA para nos deixar um aviso. “The history book in the shelf/ Is repeating itself.” Traduzindo, “o livro de história na prateleira, está a repetir-se”. Será mesmo?
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