Economia

CGD consegue lucros de €429 milhões e paga dividendos de €300 milhões ao Estado

CGD consegue lucros de €429 milhões e paga dividendos de €300 milhões ao Estado
Ricardo Lopes

O banco público acredita que conseguirá pagar o dividendo extraordinário ainda este ano

CGD consegue lucros de €429 milhões e paga dividendos de €300 milhões ao Estado

Diogo Cavaleiro

Jornalista

A Caixa Geral de Depósitos alcançou um lucro de 429 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que deu margem para distribuir dividendos extraordinários de 300 milhões de euros ao Estado.

A distribuição de dividendos tinha sido já admitida pelo banco público, que esperava perceber o impacto do fim das moratórias para tomar a decisão. Agora, a decisão é tomada e o objetivo da gestão de Paulo Macedo é conseguir fazer o pagamento ainda em 2021.

O anúncio foi feito no dia de apresentação dos resultados, que teve lugar na sede da CGD, em Lisboa, sendo que o lucro deste período entre janeiro e setembro compara favoravelmente com o mesmo período do ano (mais 9,4%). Este número foi influenciado positivamente sobretudo pelos resultados em operações financeiras.

Esta rubrica deu um impulso positivo de 101 milhões de euros face ao mesmo período do ano passado, chegando aos 140 milhões: "a variação foi influenciada por um ganho extraordinário registado com uma recuperação de ativos financeiros, no valor de 47 milhões de euros".

As operações financeiras conseguiram contrariar a tendência de perda de margem financeira, ajudando ao produto bancário (cresceu quase 6% para 1.285 milhões de euros). A margem - diferença entre juros cobrados e juros pagos - cedeu 6,5%.

As comissões continuam a ter "uma performance bastante positiva", como frisou o administrador financeiro, José de Brito, na conferência que teve lugar esta quinta-feira, 4 de novembro. A colocação de produtos de fundos ajudou (como em todo o sector, que tem tido variações positivas de comissões).

Os custos de estrutura do banco afundaram 17,6%, sobretudo nos custos com pessoal. Já as imparidades e provisões tiveram uma evolução negativa, com o banco a pôr mais dinheiro de lado do que no ano anterior (157 milhões, três vezes mais que no período homólogo).

Malparado afunda

A Caixa deu, nos primeiros nove meses do ano, mais 3,4% em crédito, totalizando quase 52 mil milhões de euros. A maior subida foi nos empréstimos ao sector público, sendo que, em termos absolutos, os particulares (habitação) estão em destaque. No campo dos recursos, houve uma subida de 7,1% para 85 mil milhões de euros (aumento nos depósitos, mas sobretudo nos fundos de investimento).

O crédito malparado afundou, com o rácio a descer de 4,2% para 2,8% no espaço de um ano. “Ainda não comparamos bem”, disse José de Brito, referindo-se à média europeia (2,3%).

A rendibilidade dos capitais próprios melhorou ligeiramente para 6,9%.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: dcavaleiro@expresso.impresa.pt

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