Lagarde adianta que taxas de juro na zona euro não deverão subir no próximo ano
Crise nos preços da energia não muda perspetivas de política de taxas de juro do Banco Central Europeu, diz a sua presidente
Crise nos preços da energia não muda perspetivas de política de taxas de juro do Banco Central Europeu, diz a sua presidente
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A presidente do Banco Central Europeu disse, em Lisboa, que não é provável que haja mexidas nas taxas de juro no próximo ano, mesmo apesar da atual turbulência, seja pelos preços da energia, seja pela crise que existe atualmente na logística e na distribuição, tema que tem sido apontado como preocupante pelos banqueiros portugueses.
Segundo Christine Lagarde explicou em Lisboa, no evento de comemoração dos 175 anos do Banco de Portugal perante esses mesmos banqueiros, não estão satisfeitas as condições que levem a uma revisão dos juros, hoje em zero, na taxa que serve de base aos financiamentos, ou 0,50%, no caso de depósitos a aplicar no banco central sediado em Frankfurt.
A economia portuguesa só deverá voltar aos níveis pré-pandémicos a meio de 2022, enquanto a zona euro deverá consegui-lo já no fim deste ano. No entanto, lembrou Lagarde, a tendência de crescimento tem abrandado, devido à crise na distribuição e à subida nos preços na energia. E isso acaba por trazer cautela à atuação da autoridade monetária.
“As taxas de juro do mercado têm subido nas últimas semanas, sobretudo devido à maior incerteza sobre o cenário da influência, aos riscos vindos de fora e às expetativas de política de juros da zona euro e ainda sobre algumas questões relativas ao equilíbrio na compra de ativos no mundo pós-pandémico”, explicitou.
Apesar disso, as previsões sobre a inflação não justificam essa subida dos juros.
Já a política de compra de ativos, e o seu reequilíbrio futuro, será alvo de novidades no próximo mês, já que em dezembro serão anunciadas as novas intenções do BCE. Há já uma indicação: “é importante que a política monetária apoie a recuperação e um regresso sustentável da inflação à meta de 2%”.
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