Economia

Costa cita Draghi e diz que vai “fazer o que for preciso” para assegurar finanças públicas equilibradas

Costa cita Draghi e diz que vai “fazer o que for preciso” para assegurar finanças públicas equilibradas
Ana Baiao

Costa e Leão juntaram-se para dizer que o caminho feito pelo Governo trouxe credibilidade. Costa e Centeno uniram-se para pedir a Lagarde para completar fundo europeu de garantia de depósitos

Costa cita Draghi e diz que vai “fazer o que for preciso” para assegurar finanças públicas equilibradas

Ana Baião

Fotojornalista

Costa cita Draghi e diz que vai “fazer o que for preciso” para assegurar finanças públicas equilibradas

Diogo Cavaleiro

Jornalista

António Costa decidiu perante Christine Lagarde, a atual presidente do Banco Central Europeu, citar o seu antecessor naquele cargo, Mario Draghi, para garantir que vai “fazer o que for preciso para assegurar finanças públicas equilibradas”.

A frase, dita no evento de comemoração dos 175 anos do Banco de Portugal, foi proferida em inglês, e serviu para associar o seu Governo às “contas certas”. “São as contas certas que garantem a credibilidade internacional de Portugal”, frisou António Costa, agora já em português.

Se a frase dita por Draghi em 2012 é vista como um ponto de viragem, já que tudo iria fazer para salvar a moeda única, a de Costa visa que pouco mude, mesmo com o chumbo do Orçamento do Estado. Os governos que liderou, disse, imprimiram “uma nova dinâmica de convergência que importa agora não pôr em causa”.

Aos jornalistas, e à margem do mesmo evento, o seu ministro das Finanças, João Leão, recusou que a crise causada pelo chumbo do Orçamento do Estado para 2022 motive descidas nas perspetivas do rating da dívida portuguesa. Quando muito, sublinhou, a trajetória de subida destas notações financeiras não continuou. "Portugal é hoje um país credível. Portugal fez o seu trabalho. É importante continuar a trabalhar", continuou Leão, pedindo que a incerteza não dure muito tempo.

No Museu do Dinheiro, em Lisboa, o primeiro-ministro declarou que melhorou a sustentabilidade orçamental, e que “reduzir o défice e a dívida não são um constrangimento”. “São um objetivo que articulamos com o aumento de investimento, salários, pensões, prestações sociais e a melhoria dos serviços públicos”, declarou, ainda que sem mencionar as cativações, que foram tema ao longo dos seus executivos e que limitaram muitos dos serviços públicos.

Costa ao lado de Centeno nos depósitos

Entretanto, no seu discurso, António Costa frisou que há desafios pela frente e, num deles, alinhou com Mário Centeno, governador do Banco de Portugal. Trata-se da necessidade de completar a União Bancária, através da constituição do Sistema Europeu de Seguros de Depósitos, já que, atualmente, há apenas fundos de garantia nacionais, criando distorções entre os países.

“É necessário desbloquear o impasse em que nos encontramos em relação ao Sistema Europeu de Seguro de Depósitos, ainda que com passos graduais”, disse o primeiro-ministro.

O antigo ministro das Finanças de Costa, hoje governador, também disse que havia muito a fazer: “refiro-me à completude do 3.º pilar da União Bancária, ao Sistema de Garantia de Depósitos Europeu”.

Alertas deixados à líder do BCE, que, em sintonia com o primeiro-ministro português, também acredita que a resposta conjunta e coordenada é a melhor forma de conseguir trazer a recuperação e a resiliência à economia do euro.

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