Centeno quer pôr Banco de Portugal a ganhar influência sobre políticas públicas
Governador Mário Centeno insiste que é necessário abrir o supervisor ao público, insistindo numa crítica feita ao antecessor
Governador Mário Centeno insiste que é necessário abrir o supervisor ao público, insistindo numa crítica feita ao antecessor
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O governador do Banco de Portugal quer ser mais interventivo na vida política e económica nos próximos anos. A promessa de Mário Centeno, ex-ministro das Finanças, foi deixada no evento de comemoração dos 175 anos de vida do banco central, realizado esta quarta-feira, 3 de novembro, no Museu do Dinheiro, em Lisboa.
“Bons dados e boa análise”. A estratégia dos bancos centrais do Eurosistema junta-se sob este binómio e é nele que o Banco de Portugal quer também ganhar mais força, de acordo com o seu governador.
Ao lado do primeiro-ministro, António Costa, e da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, Mário Centeno, deixou claro que “até 2025, é objetivo do Banco de Portugal contribuir para uma economia portuguesa recuperada, resiliente e convergente na Europa, no médio e longo prazo”. Como? Influenciando, através do fornecimento de dados e da sua interpretação.
“Vamos fazê-lo através de análise económica, e de aconselhamento fundamentado para o desenho de políticas públicas”, explicitou o responsável do supervisor bancário.
Uma garantia de governador para os próximos governos agora que há uma crise política e em que se aproxima a dissolução da Assembleia da República pelo Presidente da República, após o chumbo do Orçamento do Estado para 2022.
Quando foi para o Banco de Portugal, Mário Centeno dizia já que pretendia abrir a autoridade monetária ao público, por considerar que não o era suficientemente feito pelo seu antecessor, Carlos Costa (que não se encontra no evento). Por isso, essa influência que pretende exercer será feita "ouvindo as pessoas e os nossos parceiros, nacionais e internacionais, adotando formas de comunicação que favoreçam a compreensão pública sobre o que fazemos e porquê".
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