BCP já não tem banco na Suíça. Venda dá 46 milhões de euros e melhora capital
Operação anunciada em junho foi concretizada agora. Preço ainda pode oscilar
Operação anunciada em junho foi concretizada agora. Preço ainda pode oscilar
Jornalista
O BCP já não tem mesmo qualquer banco na Suíça. A alienação, anunciada em junho, foi agora concretizada e significa um impacto positivo de 46 milhões de euros nos resultados dos primeiros nove meses do ano do banco português (foram de 59,5 milhões de euros).
“Obtida a não oposição das instâncias de supervisão locais competentes e verificadas as demais condições estabelecidas, foi nesta data concretizada a alienação da totalidade do capital social do Banque Privée BCP (Suisse) SA (“Banque Privée”) ao Union Bancaire Privée, UBP SA”, revelou o comunicado enviado pelo banco liderado por Miguel Maya à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
“O valor recebido pela venda do capital social do Banque Privée é de CHF 113,210,965.00, que reflete a distribuição de dividendos e a redução de capital ocorridas entretanto”, indica a mesma nota. Ao câmbio atual, a operação foi de 107 milhões de euros.
O número fica aquém do estimado pelo banco aquando da venda, que apontava para valores entre os 130 e os 140 milhões de francos suíços, mas o impacto nos resultados está no intervalo estimado.
Além disso, "o preço final está ainda sujeito a ajustamentos decorrentes da evolução dos ativos sob gestão e da atividade do Banque Privée BCP (Suisse) SA”, adianta ainda o banco, mas sem especificar.
A nível de capital, há um “impacto positivo no rácio consolidado de CET1 de 15 pontos base e no capital total de 17 pontos base, confirmando-se os valores anteriormente divulgados”.
“A concretização desta operação de venda do Banque Privée visa permitir ao Grupo BCP prosseguir a estratégia de enfoque da alocação de recursos e da gestão nas geografias core, potenciando o desenvolvimento destas e dessa forma a criação de valor para os stakeholders”, conclui.
O BCP tinha uma estratégia de expansão da unidade na Suíça, mas a receção de interesse acabou por inverter as prioridades. O banco estava na Suíça ainda desde os tempos de Jardim Gonçalves, mais precisamente desde 2003, sempre virado para clientes com elevado património. Ao sair da Suíça, a área internacional fica concentrada na Polónia, Moçambique, Angola e Macau (na Suíça ficam apenas escritórios de representação). A Polónia tem prejudicado as contas dos bancos nos últimos meses, devido aos créditos à habitação indexados ao franco suíço.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: dcavaleiro@expresso.impresa.pt