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Segurança alimentar. Portugal em risco máximo de abastecimento de cereais

Segurança alimentar. Portugal em risco máximo de abastecimento de cereais
Getty Images

Vivem-se dias de alto risco neste final de 2021. O petróleo disparou, a eletricidade bate recordes e as notícias de subida do preço de vários produtos sucedem-se. Os sinais em Portugal já são visíveis: no abastecimento de cereais, nos alimentos e na indústria. A 'escassez' pode estar ali, ao virar da esquina

Segurança alimentar. Portugal em risco máximo de abastecimento de cereais

Vítor Andrade

Coordenador de Economia

A partir de janeiro “ficamos totalmente expostos ao que os outros paí­ses nos quiserem vender” para nos alimentarmos em termos de cereais. “Se houver um bloqueio ou apenas se um navio não puder atracar ou não conseguir chegar a tempo aos portos portugueses, só teremos cereais para pouco mais de 15 dias.”

É desta forma que Jorge Neves, presidente da Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo (AMPROMIS), descreve o estado a que chegou o sistema produtivo nacional. Fica assim exposta a fragilidade de um sector que luta agora em várias frentes para garantir comida na mesa dos portugueses: a extrema dependência dos transportes internacionais, cujos preços dispararam para valores historicamente elevados nos últimos meses [e Portugal importa 75% do milho de que precisa e mais de 90% do trigo para pão e massas]; a vulnerabilidade geopolítica dos países fornecedores [economias instáveis como a Rússia, a Ucrânia, a Argentina ou o Brasil, que não hesitarão um segundo em fechar a torneira das exportações para atender a necessidades internas], e ainda a escalada internacional nos preços da energia, que está a tornar cada vez mais complicado não apenas os sistemas de produção, mas o acesso às matérias-primas em geral.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: VAndrade@expresso.impresa.pt

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