A partir de janeiro “ficamos totalmente expostos ao que os outros países nos quiserem vender” para nos alimentarmos em termos de cereais. “Se houver um bloqueio ou apenas se um navio não puder atracar ou não conseguir chegar a tempo aos portos portugueses, só teremos cereais para pouco mais de 15 dias.”
É desta forma que Jorge Neves, presidente da Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo (AMPROMIS), descreve o estado a que chegou o sistema produtivo nacional. Fica assim exposta a fragilidade de um sector que luta agora em várias frentes para garantir comida na mesa dos portugueses: a extrema dependência dos transportes internacionais, cujos preços dispararam para valores historicamente elevados nos últimos meses [e Portugal importa 75% do milho de que precisa e mais de 90% do trigo para pão e massas]; a vulnerabilidade geopolítica dos países fornecedores [economias instáveis como a Rússia, a Ucrânia, a Argentina ou o Brasil, que não hesitarão um segundo em fechar a torneira das exportações para atender a necessidades internas], e ainda a escalada internacional nos preços da energia, que está a tornar cada vez mais complicado não apenas os sistemas de produção, mas o acesso às matérias-primas em geral.
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