“Vamos ter dificuldades em cumprir prazos, sim. E isso significa que as pessoas podem chegar à loja e não ter aquela peça de roupa que queriam comprar”, assume Miguel Pedrosa Rodrigues, vice-presidente da associação têxtil ATP. E mais: “com a subida do preço da energia temos tinturarias e estamparias já a admitir que preferem parar a produção. Se isso acontecer para toda a cadeia. A situação tem um potencial explosivo grande”, alerta
A cliente queria apenas um par de calças novas para enfrentar o inverno. Entrou na loja, no centro do Porto, e percebeu que as prateleiras estavam mais vazias do que o habitual e ainda tinham muitos artigos de verão. “Da coleção outono–inverno, chegou pouca coisa até agora. Dizem que falta matéria-prima e que há muitos atrasos no transporte dos produtos”, explica a funcionária.
“A disrupção das cadeias de fornecimento é total e no segmento da moda, isto começa a ser percetível ao consumidor final”, comenta Miguel Pedrosa Rodrigues, empresário e vice-presidente da ATP - Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, apontando para problemas já conhecidos, como a falta de contentores, os atrasos nos circuitos logísticos, a demora dos barcos nos portos, a consequente falta de matérias-primas e subida de preços, sem esquecer a questão dos custos energéticos, agora na ordem do dia.
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