A proposta de tarifas de eletricidade para 2022 da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) revela que no próximo ano a dívida tarifária terá uma queda acentuada, passando a situar-se no nível mais baixo em 14 anos.
De acordo com a documentação divulgada pelo regulador da energia, a dívida tarifária da eletricidade passará de 2,76 mil milhões de euros no corrente ano para 1,7 mil milhões de euros em 2022.
É preciso recuar a 2008, logo no início do mercado ibérico de eletricidade (Mibel), para encontrar um montante de dívida tarifária mais baixo: nesse ano situava-se em 325 milhões de euros.
Em 2009 a dívida tarifária disparou para 2 mil milhões de euros, refletindo a decisão do poder político de atirar para a frente o pagamento do disparo nos custos da energia que se verificou em 2008.
Desde então a dívida tarifária foi subindo e atingiu um pico de 5,08 mil milhões de euros em 2015.
Com a intervenção da troika, o Governo de Passos Coelho encetou um conjunto de medidas de contenção de custos do sistema elétrico que começaram a surtir efeitos anos mais tarde.
Assim, a partir de 2016 a dívida tarifária iniciou uma trajetória de descida contínua, que teve a sua maior variação precisamente agora: de 2021 para 2022 a dívida tarifária da eletricidade irá encolher mais de mil milhões de euros.
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