Ações do gigante imobiliário em crise foram suspensas logo no início das negociações desta segunda-feira. Em Hong Kong aguarda-se agora um anúncio da empresa com "informação privilegiada sobre uma grande transação".
O gigante imobiliário da China Evergrande foi alvo, esta segunda-feira de madrugada (horário de Lisboa), de uma suspensão da negociação das suas ações na bolsa de Hong Kong, enquanto se aguarda o anúncio de uma "grande transação".
O preço das ações da empresa caiu cerca de 80% desde o início do ano. Estrangulado por uma dívida de 260 mil milhões de euros, o grupo privado tem vindo a lutar há várias semanas para cumprir os pagamentos.
"A negociação das ações do Grupo Evergrande na China será interrompida", disse a empresa à bolsa de valores. "Como resultado, o comércio de todos os produtos estruturados relacionados com a empresa será interrompido ao mesmo tempo".
Numa nota divulgada posteriormente ao anúncio da suspensão das ações, a bolsa de Hong Kong esclarece que se está a aguardar pela "divulgação, pela empresa, de um anúncio contendo informação privilegiada sobre uma grande transação".
O colosso chinês permanece à beira do colapso e a sua potencial falência pode abalar o setor imobiliário chinês e mesmo a economia nacional e global.
As ações da sua subsidiária de veículos elétricos, que na semana passada se afastaram de uma proposta de cotação em Xangai, não foram suspensas, embora tenham caído 6% no início da negociação.
A Evergrande já começou a desinvestir alguns bens. Na semana passada, o grupo anunciou que iria vender uma participação de 1,5 mil milhões de dólares (1,3 mil milhões de euros) num banco regional para angariar o capital necessário.
Confrontado com o risco de agitação social se a Evergrande cair, o Governo chinês ainda não indicou se irá intervir para ajudar ou reestruturar o gigante imobiliário.
As autoridades pediram aos governos locais para se prepararem para o potencial colapso da Evergrande, sugerindo que é improvável um grande salvamento estatal.
O grupo, cujas ações continuavam suspensas à hora de publicação deste artigo, admitiu que enfrenta "desafios sem precedentes" e advertiu que poderá não ser capaz de cumprir os seus compromissos.
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