Economia

Pedro Nuno Santos diz que CP perdeu "melhor presidente" de sempre e partilha frustração pela falta de meios para gerir

Ministro das Infraestruturas lamenta saída antecipada do presidente da CP, Nuno Freitas, reconhecendo que é muito difícil pedir "a um grande gestor" que fique numa empresa que não consegue ter um plano de atividade aprovado, que não tem autonomia de gestão e tem uma "dívida histórica acumulada gigantesca que não pode ser saneada", como é o caso da CP

Pedro Nuno Santos diz que CP perdeu "melhor presidente" de sempre e partilha frustração pela falta de meios para gerir

Anabela Campos

Jornalista

Sem apontar o dedo a ninguém, Pedro Nuno Santos reconhece a "frustração" de Nuno Freitas, que abandonou a presidência da CP três meses antes da conclusão da mandato. É difícil gerir uma empresa com a "dívida gigantesca" como a que tem a CP, e fazê-lo em autonomia de gestão, defende a CP. Elogiando o trabalho de Nuno Freitas, o governante diz que a empresa perdeu "o melhor presidente que a CP já teve em toda a sua história".

O ministro diz ainda que se dependesse dele a CP não estaria paralisada. "Se dependesse de mim estava resolvido. Tínhamos um plano de atividades e um orçamento aprovado em tempo. A empresa não esperava meses para ter autorização para fazer as compras que são fundamentais para o seu funcionamento. Não tínhamos uma dívida durante tanto tempo sem a resolver. Mas não depende de nós", afirmou o ministro, questionado pelos jornalistas.

Pedro Nuno Santos não quis responsabilizar ninguém, nem o primeiro-ministro, nem o Ministério das Finanças, que é quem pode ajudar a libertar a CP da asfixia da dívida, e dar-lhe mais margem de manobra na gestão financeira da empresa.

"O engenheiro Nuno Freitas estava a liderar uma revolução na CP, estava a fazer um trabalho extraordinário e a permitir que o Estado poupasse milhões de euros com a recuperação do material de circulante. É uma grande perda para a CP, é uma grande perda para mim e para o Estado português", afirmou Pedro Nuno Santos.

O ministro mostrou-se solidário com as razões da demissão do presidente da CP. "Conheço as razões do engenheiro Nuno Freitas há muito tempo. Não são de agora. É muito difícil gerir uma empresa pública com as regras que nós temos. E é muito difícil pedirmos a um grande gestor que fique muito tempo numa empresa que não consegue ter um plano de atividade aprovado, que tem uma dívida histórica acumulada gigantesca e que não pode ser saneada", frisa Pedro Nuno Santos.

E prossegue: "Isto retira capacidade e autonomia de gestão à empresa, que demora meses para ter uma autorização para comprar umas rodas. É absolutamente compreensível o desalento do presidente da CP".

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