Economia

Evergrande procura tranquilizar os investidores à medida que o prazo da dívida se aproxima

Evergrande procura tranquilizar os investidores à medida que o prazo da dívida se aproxima
Thomas Peter/REUTERS

No dia em que acaba o prazo para o pagamento de juros de uma obrigação e em que um dos principais acionistas anunciou que iria vender a sua participação, presidente da Evergrande apela aos seu executivos para cumprirem com os pequenos investidores

O gigante imobiliário Evergrande garantiu esta quinta-feira que será uma prioridade ajudar os pequenos investidores a resgatar os seus produtos de investimento vendidos por si, noticia a agência Reuters. A declaração acontece no dia em que acaba o prazo para o pagamento de juros de uma obrigação e em que um dos principais acionistas anunciou que iria vender a sua participação.

Sem mencionar os juros que acabam esta quinta-feira, o presidente da Evergrande apelou aos seus executivos para assegurarem a entrega de propriedades de qualidade e o cumprimento dos produtos de gestão de património detidos por milhões de investidores, principalmente pequenos investidores.

A pressão política aumenta, com vários investidores descontentes e a querer o seu dinheiro de volta.

Segundo Ezien Hoo, analista de crédito do Banco OCBC ouvido pela agência de notícias, os investidores estrangeiros poderão ter mais dificuldade em ver o seu dinheiro de volta uma vez que têm "menor poder de negociação face a outros credores mais próximos dos ativos".

Acionista quer vender totalidade da sua participação

A Chinese Estates Holdings, o segundo maior acionista da Evergrande, disse esta quinta-feira ter vendido 32 milhões de dólares (cerca de 27,2 milhões de euros) da sua participação na Evergrande e planeia abandonar completamente a exploração, segundo a Reuters.

"Os diretores estão cautelosos e preocupados com o recente desenvolvimento da Evergrande, incluindo certas revelações sobre a sua liquidez", indicou o Chinese Estates à bolsa de Hong Kong.

A Chinese Estates detinha cerca de 6,50% do capital social da Evergrande e disse ter mandatado a venda dos restantes 5,66% da sua participação. Antes, já tinha vendido 108,91 milhões de ações, ou 0,82% da participação por 32 milhões de dólares.

Mesmo com a venda realizada, a empresa deverá acabar o ano de 2021 com um prejuízo de 1,22 mil milhões de dólares (cerca de mil milhões de euros).

As ações da Chinese Estates dispararam até 15,1% no início da sessão esta quinta-feira. Também as ações da Evergrande subiram até 32% (maior subida diária desde 2009) esta quinta-feira à medida que a negociação foi retomada após um feriado público, mas rapidamente desacelerou, estando, de momento, a subir cerca de 18%. Porém, não é o suficiente para recuperar das perdas do último ano (mais de 80%).

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate