No relatório mensal do mercado de petróleo, divulgado esta segunda-feira, a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), revê em alta a procura de petróleo para o próximo ano, estimando que se atinja os 100,8 milhões de barris por dia, um número superior aos níveis pré-pandemia. Já a procura para o resto de 2021 foi revista em baixa.
No próximo ano a procura de petróleo global deverá "crescer de forma robusta" em cerca de 4,2 milhões de barris por dia, mais 900 mil barris por dia do que na estimativa do anterior relatório mensal da OPEP.
As revisões em alta "foram impulsionadas tanto pela OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico] como por entidades não-OCDE, uma vez que espera-se que a recuperação em vários combustíveis seja mais forte do que o previsto e mais apoiada por perspetivas económicas estáveis em todas as regiões", justifica a entidade no relatório.
Por outro lado, o resto deste ano não deverá ter um crescimento da procura tão acentuado. Apesar de a procura ter sido "resiliente" segundo a OPEP, o aumento do risco de covid-19 devido à variante Delta está a confundir as perspetivas da procura de petróleo para o último trimestre do ano. "Como resultado, a procura de petróleo do segundo semestre de 2021 foi ajustada ligeiramente por baixo, atrasando parcialmente a recuperação da procura de petróleo no primeiro semestre de 2022".
Quanto ao preço do petróleo, em agosto houve um ligeiro declínio do preço do barril para 70,33 dólares, ou seja, menos 4,4% que no mês anterior. Ainda assim, no acumulado do ano, o valor de cerca de 65,9 dólares por barril está 62,8% acima face a 2020.
O relatório indica ainda que as margens globais das refinarias continuaram a aumentar, devido à força sazonal dos combustíveis para transportes, graças às menores restrições à mobilidade. Dando o exemplo europeu, a OPEP refere que no continente as refinarias "beneficiaram de um desempenho positivo em todo o barril".
O mercado destes produtos na Europa foi ainda fortalecido pela contração na produção de combustível dos principais fornecedores tradicionais de combustível da região, segundo menciona o relatório.
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