O preço grossista da eletricidade na Península Ibérica voltou a disparar esta quinta-feira na produção contratada para sexta-feira: o preço médio desta sexta-feira, 10 de setembro, será um novo recorde absoluto de 152,32 euros por megawatt hora (MWh).
Segundo os dados do OMIE, o operador do mercado diário e intradiário do Mercado Ibérico de Eletricidade (Mibel), o preço da energia esta sexta-feira ao longo do dia oscilará entre um mínimo horário de 146,29 euros por MWh e um pico de 159,31 euros por MWh.
Esta quinta-feira o preço médio diário é de 141,71 euros por MWh, o que já era um recorde do mercado ibérico de eletricidade (Mibel), batendo a anterior marca máxima, que tinha sido atingida a 2 de setembro, com pouco mais de 140 euros por MWh.
A sucessão de recordes no preço grossista tem sido motivada sobretudo pela contínua necessidade de recurso a centrais de ciclo combinado alimentadas a gás natural, centrais essas pressionadas por elevados custos com o gás natural e com as licenças de emissão de dióxido de carbono (CO2).
Desde o início de setembro o preço no Mibel tem estado sistematicamente acima dos 125 euros por MWh, tendo acelerado nos últimos dois dias, devido a uma quebra no volume de energia eólica disponível, puxando por uma maior produção das centrais a gás, que cobram mais pela sua eletricidade.
Os 152 euros por MWh contratados para esta sexta-feira são um valor especialmente elevado, se tivermos em conta que historicamente o custo médio anual da eletricidade na Península Ibérica tem rondado os 50 euros por MWh.
A continuação destes níveis de preços grossistas poderá ter repercussões significativas na indústria, cuja fatura de eletricidade está mais exposta aos preços de mercado do que às tarifas de acesso à rede elétrica. Os clientes domésticos, pelo contrário, têm uma maior exposição a tarifas de acesso e outros custos fixos, sendo a energia no mercado grossista responsável por cerca de um terço da fatura residencial.
Esta sexta-feira Portugal e Espanha terão os preços diários mais altos da Europa continental, seguidos de Itália (145 euros por MWh) e Grécia (140 euros por MWh), segundo os dados da plataforma Energylive.cloud.
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