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Economia

Vinho. Vindima promete repetir “o mítico 2011”, mas benefício “é insuficiente”

Vindimas na Quinta do Bonfim
Vindimas na Quinta do Bonfim
Rui Duarte Silva

A campanha poderá render mais litros do que nos últimos anos e dar bons vinhos, mas a produção queria transformar mais mosto em vinho do Porto

À espera de começar a vindimar os 140 hectares da Quinta da Gaivosa a 1 de setembro, o diretor de Produção, Tiago Alves Sousa, acredita que, “se não houver surpresas, tudo parece conjugar-se para uma vindima de qualidade muito especial, ao nível do mítico ano de 2011. Temos um ano anormalmente ameno, com uma primavera chuvosa e calor na reta final”, justifica. Em quantidade, a campanha do Douro “pode ficar um pouco acima da média dos últimos anos”, antecipa o enólogo, numa opinião que coincide com a de outros produtores da região, do Baixo Corgo ao Douro Superior.

Mas, apesar desta previsão, a mais antiga região demarcada do mundo, pronta a celebrar, em dezembro, 20 anos da classificação como Património da Humanidade, também tem queixas para apresentar depois de o IVDP — Instituto dos Vinhos do Douro e Porto ter anunciado que o benefício (transformação de mosto em vinho do Porto), este ano, ficava nas 104 mil pipas, o que representa “um aumento muito pequeno (duas mil pipas) e insuficiente face às necessidades e possibilidades da região”, como assume a Associação dos Viticultores e da Agricultura Familiar Douriense (Avadouriense), apontando para as 120 mil pipas como número ideal. A fundamentar o descontentamento, a associação refere que o valor pago aos viticultores por pipa “é insuficiente” para cobrir custos, designadamente os tratamentos da vinha, subida de preços dos fatores de produção e constrangimentos impostos pela covid-19. A Avadouriense reclama aumentos nos preços pagos aos produtores dos €800 a €1000 atuais para €1500 nas pipas de vinho do Porto e dos €200 a €350 para €600 nas pipas de vinho de consumo.

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