Economia

Taxa de desemprego recua para 6,7% e emprego em Portugal já está acima de 2019

Taxa de desemprego recua para 6,7% e emprego em Portugal já está acima de 2019
Marcos Borga

A taxa de desemprego em Portugal ficou nos 6,7% no segundo trimestre, o que compara com 7,1% nos primeiros três meses do ano, indicam os dados do Instituto Nacional de Estatística. Ao mesmo tempo, o emprego subiu e ultrapassou o patamar registado no segundo trimestre de 2019, isto é, o nível pré-crise

Desemprego a descer e emprego a aumentar. É este o resumo, numa frase, do comportamento do mercado de trabalho português no segundo trimestre deste ano. A taxa de desemprego recuou para 6,7%, o que compara com 7,1% nos primeiros três meses de 2021, indicam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicados esta quarta-feira.

Ainda assim, a taxa de desemprego ficou acima do período homólogo, ou seja, do segundo trimestre de 2020, quando estava nos 5,7%. Mas, nessa altura, o país enfrentava o primeiro confinamento geral para travar a pandemia de covid-19 e, por isso, muitas pessoas sem trabalho não procuraram ativamente emprego ou não estavam disponíveis no imediato para trabalhar. Por isso, foram classificadas pelo INE (que segue a metodologia da Organização Internacional do Trabalho), como inativas e não como desempregadas.

Já na comparação com o segundo trimestre de 2019 (pré-crise pandémica), a taxa de desemprego ficou no segundo trimestre deste ano apenas 0,3 pontos percentuais acima de então.

Apesar de a taxa de desemprego ainda estar ligeiramente acima do pré-crise, os dados do INE indicam que o emprego já superou esse patamar.

A população empregada em Portugal atingiu 4,8105 milhões de pessoas no segundo trimestre. Isto significa que aumentou tanto em relação aos primeiros três meses do ano (subida de 2,8%, ou seja, mais 128,9 mil pessoas), como por comparação com o segundo trimestre de 2020 (incremento de 4,5%, o que significa mais 208,9 mil pessoas) e com o segundo trimestre de 2019 (aumento de 0,8%, mais 36,3 mil pessoas).

Quanto à população desempregada, foi estimada pelo INE em 345,7 mil pessoas, diminuindo 4% (menos 14,4 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior. Já na comparação com o segundo trimestre de 2020, verifica-se um aumento de 24,2% (mais 67,3 mil pessoas).

Contudo, o INE vinca que o segundo trimestre do ano passado "foi o primeiro abrangido por uma declaração de estado de emergência". Uma situação que, como já referido, levou a que muitas pessoas sem trabalho não procurassem emprego ou não estivesse disponíveis no imediato para aceitar uma vaga, sendo por isso classificadas como inativas e não como desempregadas.

Sinal disso, o INE dá conta que entre o segundo trimestre de 2020 e o segundo trimestre deste ano, a população inativa com 16 e mais anos diminui 6,7%. São menos 260,3 mil pessoas.

Outro indicador importante é a subutilização do trabalho, já que mede o desemprego em sentido lato. Isto porque abrange não apenas os desempregados, como os inativos disponíveis para trabalhar mas que não procuraram ativamente emprego, os inativos que procuraram um posto de trabalho mas não estavam disponíveis no imediato para aceitar uma vaga, e os trabalhadores a tempo parcial que gostariam de trabalhar mais horas.

Ora, os dados do INE indicam que esta subutilização do trabalho abrangeu 654,2 mil pessoas no segundo trimestre deste ano, tendo diminuído 12,3% (menos 92,2 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior e 12,2% (menos 90,9 mil pessoas) relativamente ao período homólogo.

De igual modo, também a taxa de subutilização do trabalho, estimada em 12,3%, diminuiu tanto em relação ao trimestre anterior (menos 1,8 pontos percentuais) como ao homólogo (menos 2 pontos percentuais). "Em grande medida, a diminuição homóloga desta taxa esteve associada à redução do número de inativos disponíveis para trabalhar, mas que não procuraram emprego", indica o INE.

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