A plataforma de vídeo concorrente do TikTok, Kuaishou, perdeu milhares de milhões em valor de mercado depois dos meios de comunicação estatais chineses terem apelado a uma maior regulamentação do setor. Esta sexta-feira, na bolsa de Hong Kong, a queda aproximou-se dos 5%.
O artigo do porta-voz do Partido Comunista Chinês (PCC) foi divulgado pela People's Daily esta sexta-feira. Na opinião, o responsável escreve que estas plataformas influenciam negativamente a juventude do país, segundo escreve o "Financial Times".
No final do dia na bolsa de Hong Kong as ações da Kuaishou caíram 4,7%, mas a queda chegou a ser de mais de 11% ao longo do dia.
A história assemelha-se ao que aconteceu com a Tencent no início da semana. A empresa de jogos chinesa caiu 6,11% na bolsa de Hong Kong depois de um artigo difundido pela imprensa estatal ter chamado "ópio espiritual" aos jogos virtuais.
A Tencent tinha já sido previamente afetada pelas limitações que o PCC estava a fazer às tecnológicas. O mesmo para a Kuaishou que viu o seu valor de mercado cair 65 mil milhões de dólares desde o início de julho.
Já a rival, ByteDance (dona da aplicação TikTok), suspendeu logo em julho, por tempo indefinido, a vontade de entrar na bolsa, como noticiou o "The Wall Street Journal".
Este jornal dá conta de que investidores, analistas e executivos de empresas acreditam que o governo de Xi Jinpig está apenas a começar a realinhar a relação entre as empresas privadas e o Estado e que as limitações vão continuar.
Nos últimos meses, Pequim instaurou processos contra diversas gigantes tecnológicas, solicitadas a "retificar" práticas até então toleradas, e que abrangem questões como a segurança dos dados, comportamento monopolista e estabilidade financeira. Este "aperto" chegou também ao setor da educação e, agora, das aplicações de vídeo.
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