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Vinho português está a ganhar ainda mais gás lá fora

Vinho português está a ganhar ainda mais gás lá fora
Rui Duarte Silva

Sector corre para recorde nas exportações e o preço médio por litro está a subir, mas este movimento não é comum a todas as regiões do país

Depois de brindarem, em 2020, a um recorde nas exportações, os vinhos portugueses já estão a ganhar balanço para fecharem 2021 com mais um registo histórico, acompanhado de uma subida no preço médio por litro.

“O desempenho do sector até maio deixa-nos confiantes. Estamos a crescer bem lá fora, temos o preço médio a subir e tudo isto leva-nos a olhar com otimismo para as exportações e a antecipar mais um recorde”, comenta ao Expresso Frederico Falcão, presidente da Viniportugal, depois de analisar os números relativos aos cinco primeiros meses do ano.

As vendas ao exterior cresceram 20,28% em valor, para os 360,3 milhões de euros, e 15,68% em quantidade, para os 133 milhões de litros, o que significa que o preço médio por litro também deu um salto de 3,97%, para os €2,71.

Para esta dinâmica pesaram as vendas dentro (+21,04%) e fora (19,6%) da União Europeia, mas a maior subida absoluta em valor veio dos EUA, na liderança do top 5 dos maiores mercados dos vinhos lusos, com compras de €45,8 milhões, o que representa um ganho de mais de €8,5 milhões face a 2020.

Logo de seguida surge o Brasil, agora o quarto mercado de destino dos vinhos portugueses, depois dos EUA, França e do Reino Unido. Comprou €26,1 milhões, mais €8 milhões que um ano antes e protagonizou um dos maiores saltos percentuais do sector (43%), apenas batido pela China (+49,1%) e pela Rússia (70,2%).

Em queda, aparecem apenas Angola (-12,4%) e o Japão (-0,4%), mostram os números da Viniportugal.

Por regiões, a tendência geral também é de alta. O Dão (€7 milhões/ -5,6%), Beira Interior (€399 mil / -21,89%) e as Beiras (€373 mil / -27,31%) apresentam quebras, mas o resto do território vitivinícola nacional está em terreno positivo.

Em valor, o domínio continua a ser do vinho do Porto (€112,7 milhões / +22,6%), o Douro, na terceira posição do ranking dos maiores exportadores protagoniza o maior salto (33,79%, para os 29,6 milhões), mas o Vinho Verde mantém o segundo lugar (€35 milhões / + 22%).

Na comparação direta com 2019 (pré-pandemia), as exportações de vinho também estão em alta, mas o salto é menos acentuado: sobem 7,8% em valor, 5,2% em quantidade e 2,5% no preço médio por litro, combinando uma queda ligeira de 0,09% no mercado comunitário e uma subida de 16,8% no resto do mundo.

“As exportações portuguesas de vinho em 2020 estiveram em queda no início do ano, ressentindo-se do impacto da pandemia, para recuperarem de forma especial nos meses seguintes”

Frederico Falcão
Presidente da Viniportugal

Na estratégia de promoção externa dos vinhos portugueses lá fora, a ViniPortugal tem apostado em diversificar mercados, embora mantendo sempre uma forte presença nas geografias principais. E, para 2021, Frederico Falcão assume o objetivo de “prosseguir esse caminho, com a convicção que a trajetória de crescimento das exportações terá de continuar com uma postura competitiva no mercado e de valorização do produto para aumentar o preço médio”.

No conjunto dos principais mercados dos vinhos portugueses, os preços mais elevados por litro são pagos na Coreia (€5,83) e na Dinamarca (€4,87).

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mmcardoso@expresso.impresa.pt

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