Economia

Recrutamento “fantasma” no Estado. PSD quer explicações de Mariana Vieira da Silva sobre contratações para o PlanAPP

Mariana Vieira da Silva
Mariana Vieira da Silva
ANTONIO PEDRO SANTOS/LUSA

Sociais democratas querem respostas sobre o processo de recrutamento, noticiado pelo Expresso, de 51 técnicos para um centro de competências do Estado, que está criado mas permanece inativo

Recrutamento “fantasma” no Estado. PSD quer explicações de Mariana Vieira da Silva sobre contratações para o PlanAPP

Cátia Mateus

Jornalista

O grupo parlamentar do PSD quer ouvir a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, sobre o processo de contratação de técnicos para o Centro de Competências de Planeamento, de Políticas e de Prospetiva da Administração Pública (PlanAPP).

Em causa está a notícia que faz manchete no caderno de Economia do Expresso, publicado esta sexta-feira, onde se dá conta de que este centro, apesar de permanecer inoperacional, terá recrutado 51 técnicos qualificados da bolsa de recrutamento centralizado do Estado. Profissionais que estão desde abril a aguardar contrato de trabalho, alguns já sem qualquer remuneração.

Como o Expresso avança, o PlanAPP foi criado a 15 março deste ano, integrado na Presidência do Conselho de Ministros e sujeito ao poder de direção da ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e do próprio primeiro-ministro, António Costa.

Dois dias depois de homologada a sua criação, este centro especializado recorreu à bolsa de recrutamento centralizado da Administração Pública para contratar 150 técnicos do concurso de recrutamento centralizado de 2019. Viria apenas a conseguir integrar 51 – entre juristas, economistas, gestores, matemáticos e outros -, por falta de candidatos para preencher a totalidade das vagas.

Mas apesar de concluído o processo de seleção e de terem sido notificados os técnicos admitidos, os profissionais continuam desde abril a aguardar para assinar contrato e iniciar funções num centro que a própria ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, admitiu ao Expresso estar ainda “em processo de constituição”, perspetivando-se que a entrada dos profissionais decorra “de forma gradual, iniciando-se até ao final do corrente ano”.

Como o Expresso também dá conta, muitos destes profissionais, depois de notificados pelo Estado de que tinham sido admitidos no PlanAPP, denunciaram o contrato com os antigos empregadores e, por isso, estão já sem qualquer rendimento. Outros cessam funções em agosto e estão ainda sem perspetiva de regularização do vínculo com o empregador Estado.

Uma indefinição para a qual o PSD pede respostas. Num requerimento entregue esta sexta-feira na Assembleia da República, dizem que “o Grupo Parlamentar do PSD considera que toda esta situação deve ser devidamente esclarecida” e solicitam que sejam realizadas “as diligências necessárias à audição da senhora ministra de Estado e da Presidência sobre esta matéria, na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: cmateus@expresso.impresa.pt

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