Economia

Remote é o quinto unicórnio com ADN português

Remote é o quinto unicórnio com ADN português

Tecnológica de recursos humanos que facilita às empresas a contratação de talento em qualquer parte do mundo fecha ronda série B de 150 milhões de dólares

Numa altura em que a pandemia obrigou as empresas de todo o mundo a virarem-se para o teletrabalho, a startup de recursos humanos Remote, que tem sede em Nova Iorque mas tem entre os seus fundadores o português Marcelo Lebre, anunciou esta terça-feira que entrou no restrito clube dos unicórnios de ADN português (startups avaliadas em mais de mil milhões de dólares).

A tecnológica de recursos humanos que facilita às empresas a contratação de talento em qualquer parte do mundo fechou uma ronda de investimento no montante de 150 milhões de dólares.

A ronda foi liderada pela empresa de capital de risco Accel (investidora no Facebook, Dropbox, Spotify, entre outras empresas) e acompanhada pelos atuais investidores, entre eles Sequoia, Index Ventures, Two Sigma, General Catalyst e Day One Ventures.

Com o novo financiamento, a empresa vai expandir os seus serviços de aconselhamento (sobre benefícios globais, planos de opção de compra de ações, apoio à obtenção de vistos e imigração, realocação de pessoas, etc.) e pretende construir a sua infraestrutura de serviços financeiros, para simplificar e trazer mais transparência ao processo de pagamentos internacionais entre trabalhadores e empresas.

A Remote pretende ainda contratar entre 400 e 700 pessoas até ao final de 2022, adiantou ao “Dinheiro Vivo” o diretor tecnológico e co-fundador da empresa, o português Marcelo Lebre, que já foi responsável de engenharia da Unbabel.

“O nosso objetivo é remover as barreiras internacionais à contratação, dar a possibilidade de os nossos clientes escalarem e dar acesso a oportunidades de emprego por todo o mundo”, declara Job van der Voort, presidente executivo da Remote, esclarecendo que a empresa vai adicionar novos produtos, serviços e parcerias com este capital. Já Miles Clements, sócio da Accel, destaca que “a Remote está no centro de uma transformação profunda na forma como as empresas contratam”.

Segundo explica a empresa, as mudanças provocadas pela pandemia na força de trabalho geraram “uma procura sem precedentes” pelos serviços da Remote. Desde a série A de 35 milhões de dólares captada em novembro de 2020, a startup viu a sua base de clientes crescer sete vezes e multiplicou o número de utilizadores por dez. Sem detalhar números, realça ainda que as suas receitas cresceram 65 vezes ao longo do ano passado.

Além deste financiamento, a empresa anuncia ainda o lançamento da sua primeira API (interface de programação de aplicações) global de trabalhadores, que permite a empresas e consultoras de recursos humanos tirarem partido das capacidades e da infraestrutura da plataforma da Remote, integrando-a nas suas próprias plataformas.

A plataforma da startup permite aos trabalhadores criarem uma entidade para poderem faturar a empresas e, entre outras coisas, gerir salários, benefícios, compliance e impostos.

A empresa fechou ainda uma parceria com a Greenhouse, sistema de rastreio e software de recrutamento, de modo a integrá-lo com os dados dos utilizadores e aumentar a precisão e rapidez do processo de integração dos seus clientes.

Com 300 trabalhadores em teletrabalho e presença em 50 países, a Remote desenvolve soluções para gerir a contratação global, permitindo a uma empresa contratar noutro país no qual não tem presença e atuando assim como ponte entre a empresa contratante e o trabalhador.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mjbourbon@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate