Economia

CGD deu financiamento de €3,8 milhões a Berardo a três meses do início das investigações

2 julho 2021 10:34

tiago miranda

Processo do Ministério Público começou pela concessão de crédito, mas está agora focado no comportamento do devedor

2 julho 2021 10:34

A três meses de soarem os alarmes do Ministério Público sobre irregularidades cometidas na concessão e acompanhamento dos créditos na Caixa Geral de Depósitos, José Berardo, um dos seus maiores devedores, conseguiu aumentar ainda mais a exposição ao banco público. A 14 de junho de 2016 foi solicitado um novo financiamento por José Berardo à CGD, a juntar aos cinco que estavam a correr. O empresário queria um financiamento titulado por livrança (instrumento de curto prazo) de quase €3,8 milhões, “com vista a regularizar novo pagamento de juros em falta” noutros créditos. Foi concedido. Na Caixa, a defesa é que se aproveitou para que esse crédito viesse com aval pessoal, de modo a aumentar a capacidade de recuperação.

O financiamento foi facultado, ainda na gestão de José de Matos, pouco antes de a anterior livrança de €2,8 milhões, dada uns meses antes, chegar à maturidade. Segundo dados da CGD inscritos num processo contra Berardo e a Atram, consultado pelo Expresso, esse pagamento deveria acontecer em julho de 2016, mas não se concretizou.