CGD deu financiamento de €3,8 milhões a Berardo a três meses do início das investigações

Processo do Ministério Público começou pela concessão de crédito, mas está agora focado no comportamento do devedor
Processo do Ministério Público começou pela concessão de crédito, mas está agora focado no comportamento do devedor
Jornalista
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A três meses de soarem os alarmes do Ministério Público sobre irregularidades cometidas na concessão e acompanhamento dos créditos na Caixa Geral de Depósitos, José Berardo, um dos seus maiores devedores, conseguiu aumentar ainda mais a exposição ao banco público. A 14 de junho de 2016 foi solicitado um novo financiamento por José Berardo à CGD, a juntar aos cinco que estavam a correr. O empresário queria um financiamento titulado por livrança (instrumento de curto prazo) de quase €3,8 milhões, “com vista a regularizar novo pagamento de juros em falta” noutros créditos. Foi concedido. Na Caixa, a defesa é que se aproveitou para que esse crédito viesse com aval pessoal, de modo a aumentar a capacidade de recuperação.
O financiamento foi facultado, ainda na gestão de José de Matos, pouco antes de a anterior livrança de €2,8 milhões, dada uns meses antes, chegar à maturidade. Segundo dados da CGD inscritos num processo contra Berardo e a Atram, consultado pelo Expresso, esse pagamento deveria acontecer em julho de 2016, mas não se concretizou.
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