Está feito: a TAP já tem uma nova administração e Christine Ourmières-Widener vai reunir-se já esta sexta com os quadros da empresa

Christine Ourmières-Widener e Manuel Beja são os dois rostos principais da entrada da TAP numa nova fase
Christine Ourmières-Widener e Manuel Beja são os dois rostos principais da entrada da TAP numa nova fase
Jornalista
A francesa Christine Ourmières-Widener será a presidente executiva da TAP, depois de ter sido eleita esta quinta-feira em assembleia geral. Manuel Beja vai assumir o cargo de presidente do conselho de administração e representante do Estado, em substituição de Miguel Frasquilho.
Christine Ourmières-Widener já está em Portugal e vai reunir-se esta sexta-feira com quadros da TAP. Sucede a Ramiro Sequeira, presidente executivo interino, e chega mais de um ano depois de o Estado ter comprado a participação de 22,5% do norte-americano, David Neleeman, passando a controlar 72,5% do capital.
Ao contrário do que desejava e antecipava o Governo e o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, a nova administração da TAP é eleita antes da "luz verde" da Comissão Europeia ao plano de reestruturação da companhia, entregue a 10 de dezembro.
Christine Ourmières-Widener, 56 anos, foi até maio de 2019, num período curto de tempo, presidente da companhia regional britânica Flybe Group — uma empresa que entrou em liquidação e foi resgatada em março de 2020. É especialista no sector de transportes e infraestruturas e tem uma vasta experiência no sector da aviação, onde trabalha há três décadas.
Manuel Beja, o novo presidente do conselho de administração, é um matemático licenciado pelo ISEG com experiência na área das tecnologias de informação. Nunca esteve em qualquer conselho de administração. É uma estreia. Foi diretor de recursos humanos da Novabase e conhece o mercado brasileiro - o principal mercado da transportadora - , uma vez que foi diretor da Novabase Brasil entre março de 2002 e março de 2005.
Christine Ourmières-Widener e Manuel Beja são os dois rostos principais da entrada da TAP numa nova fase. Ramiro Sequeira, o anterior CEO interino, fica na Comissão Executiva com funções operacionais, área de onde veio e que conhece bem. Alexandra Reis, a gestora que foi responsável pela gestão dos recursos humanos e a área financeira nos últimos meses, mantém-se como executiva, onde terá a importante área de compras, onde está a frota.
Para a comissão executiva foi eleito também João Weber Gameiro, um gestor que trabalhou no BBVA Portugal e que fica com a pasta financeira. A espanhola Sílvia Mosquera, ex-administradora para a área comercial da colombiana Avianca (e tem ainda as espanholas Vueling e Iberia Express no currículo), fica com a área comercial.
Há ainda Ana Teresa Lehmann, ex-secretária de Estado da Indústria, e Patrício Ramos, sócio da BCG Espanha — um dos quadros da consultora que têm estado a assessorar a TAP na reestruturação, através da consultora. Os outros são José Manuel Silva Rodrigues (nomeado por Humberto Pedrosa, transita da anterior administração), Gonçalo Pires e João Duarte, o representante dos trabalhadores.
Têm uma tarefa hercúlea em mãos: salvar a TAP da maior crise de sempre.
Para a presidência do Conselho Fiscal foi nomeada a Baker Tilly, PG & Associados, SROC, S.A. e para o mesmo órgão são propostos para vogais os nomes de Sérgio Sambade Nunes Rodrigues, Maria de Fátima Damásio Geada e José Manuel Fusco Gato (vogal suplente).
O presidente da mesa da assembleia geral é António Macedo Vitorino, David Fernandes de Oliveira Festas será vice-presidente. A comissão de vencimentos é composta por Pedro Miguel Nascimento Ventura, Tiago Aires Mateus e Luís Manuel Delicado Cabaço Martins.
A reunião de acionistas serviu também para votar “a aprovação da deliberação do Conselho de Administração relativa ao aumento de capital social da Transportes Aéreos Portugueses, S.A. por entrada em dinheiro, no montante de 462.000.000,00 euros, exclusivamente subscrita e realizada pela República Portuguesa”. Com este aumento de capital, o Estado passou a deter 92% da TAP SA.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ACampos@expresso.impresa.pt